Os mais de 30 anos dedicados a projetar ferramentas de dados para o controle de infecções hospitalares uniu o especialista em estatística Bráulio Couto, professor do UniBH e doutor em Bioinformática, ao médico Carlos Starling, referência em infectologia no Brasil. Dessa cooperação longeva e com a chegada da Covid-19 ao país, ainda em fevereiro, quando a pandemia estava longe de alcançar seus índices alarmantes, os dois propuseram um simulador, projetando os impactos que a doença poderia ter em Belo Horizonte. Do protótipo, aliado ao avanço do novo coronavírus, surgiu o “Velocímetro” – funcionalidade que mede o nível da Covid-19.
De acordo com Couto, o simulador desenvolvido em fevereiro teve como base os dados registrados na Itália e em São Paulo, onde os dados do novo coronavírus já davam sinais de alerta. “Com essas referências demonstramos quais seriam as consequências da Covid-19 em Belo Horizonte. Starling e eu apresentamos o estudo ao prefeito Alexandre Kalil, que a partir de então, adotou as medidas de prevenção para o município”, relata o professor.
O “Velocímetro” desenvolvido por Couto e Starling lançou mão de um método mais didático para atualizar a população sobre o grau da pandemia em BH. “Geograficamente, a capital é uma ilha cercada por São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo, sendo os dois primeiros os estados com mais casos e mais mortes confirmados. Se a curva não explodiu em BH, foi porque as medidas de isolamento social foram adotadas a tempo. Hoje, a estimativa é de 12 novos casos por dia e essa projeção se mantém estável na cidade”, revela.
Os três principais indicadores do “Velocímetro” vão disponibilizar os seguintes dados: a velocidade média da pandemia; a taxa de ocupação dos leitos de UTI; e a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria; ambos para Covid-19. “A Prefeitura ainda estuda, junto ao Comitê de Enfrentamento, como a funcionalidade será implementada para o repasse das informações à população. Fato é que o ‘Velocímetro’ pode contribuir com todos os municípios para que o planejamento adequado seja feito, antes que as curvas da pandemia aconteçam. Os gestores públicos precisam medir os dados do novo coronavírus para propor as ações de prevenção acertadas a cada realidade”, ratifica Couto.
O indicador desenvolvido pelo professor Bráulio Couto e pelo infectologista Carlos Starling será apresentado também ao Governo de Minas Gerais, com o objetivo de que o “Velocímetro” seja utilizado para checagem do nível da pandemia em todas as regionais da Secretaria de Estado da Saúde.
Leticia Simões
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