De acordo com Edvaldo Morais, aproximadamente 75% dos gastos declarados na prestação de contas da campanha da coligação “Juntos pela Verdade”, de Sérgio de Mello e Denir Ferreira, foram custeados pelos Diretórios Estadual e Federal do PT
O ex-vice-prefeito, Edvaldo Morais, entrará com denúncia no Ministério Público para investigar a origem do dinheiro que o Diretório Estadual e Federal do Partido dos Trabalhadores (PT) repassou à campanha eleitoral municipal do prefeito Sérgio de Mello e seu vice Denir Ferreira dos Santos, em 2012.
De acordo com Edvaldo, mesmo que as contas da coligação “Juntos Pela Verdade” tenham sido aprovadas pela justiça eleitoral, após três anos e meio surgiram dúvidas quanto à forma de arrecadação destes recursos pelos Diretórios Estadual e Federal, que podem ter origem ilegais.
Morais resolveu buscar mais informações após analisar as arrecadações da campanha da atual gestão e compará-las com as denúncias contra o PT, que estão sendo investigadas na Operação Lava Jato.
Neste ano, o juiz Sérgio Moro, que comanda a operação, disse ao Tribunal Superior Eleitoral que há indícios de que o dinheiro desviado da Petrobras abasteceu campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores com doações oficiais por todo Brasil. No documento, o juiz declarou que ficou “comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras às doações eleitorais registradas”.
Moro cita uma das sentenças dadas por ele como exemplo. Quando condenou o ex-diretor Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, o juiz concluiu, na decisão, que foi repassada propina de mais de R$ 4,2 milhões entre 2008 e 2012 como doações eleitorais registradas ao partido.
“Após a operação Lava Jato prender centenas de pessoas envolvidas em arrecadações ilícitas da Petrobras e em muitos outros setores, as contas de campanha de Sérgio e Denir merecem uma atenção especial por parte do Ministério Público para que sejam esclarecidas dúvidas que estão no ar”, afirma Edvaldo.
O ex-vice-prefeito faz alguns questionamentos para a coligação “Juntos Pela Verdade”. “Qual o contato feito pelo prefeito Sérgio e seu vice Denir para obter esses recursos? Com quais pessoas falaram? Será que estão presas? Será que estão soltas? Será que são pessoas que estão envolvidas no esquema da Lava Jato?”, indaga.
Morais fez um levantamento nos recursos arrecadados em 2012. Foram constatados que Sérgio e Denir receberam aproximadamente R$ 150 mil, quase a totalidade dos recursos declarados em campanha. “Foi feita uma campanha milionária, inclusive tendo tempo de contratar pessoas para simularem até sequestro. Fizeram milhares de panfletos, carros de som, jornais, gastos exorbitantes para uma disputa municipal e hoje a população de Guaíra questiona quem são os amigos de Sérgio e Denir em Brasília que disponibilizaram tanto dinheiro, sabendo que grande parte não saiu de fundo partidário? Guaíra precisa de uma explicação”, ressalta.
Edvaldo se mostrou preocupado com a campanha eleitoral deste ano, principalmente após ler a declaração do ministro Gilmar Mendes, hoje Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que as próximas eleições municipais (2016) poderão ser abastecidas com recursos desviados da Petrobras. Mendes anunciou a criação de uma área de Inteligência no TSE, para que o País ‘não seja surpreendido’ no pleito marcado para outubro.
“Temos que agir contra quaisquer indícios de corrupção e repudiar qualquer ato ilícito que possa ocorrer ou ter ocorrido no município. Se houver alguma irregularidade, nestas eleições não poderão acontecer. Temos que evitar. O povo já não aguenta mais mentiras, ilusões, ingratidões e ilegalidades, enquanto não há dinheiro para os setores de saúde, educação, segurança, infraestrutura, assistência social, entre outros, que são tão essenciais para a comunidade guairense”, observa Edvaldo.