Rapaz que matou a judoca Adriele Sena vai a júri popular nesta terça-feira, 09

Em agosto de 2018, Adriele Sena foi assassinada com 10 facadas por Valdelício Santos, que não aceitava o fim do relacionamento. Crime chocou população guairense

 

Cidade
Guaíra, 7 de novembro de 2021 - 10h26

Acusado pela morte da jovem Adriele Freitas de Sena, Valdelício Santos vai a júri popular nesta terça-feira, 09 de novembro, no Fórum da Comarca de Guaíra. O ex-açougueiro estava em um relacionamento com a judoca, mas em processo de separação, quando cometeu o crime.

O rapaz é acusado de homicídio doloso, quando há intenção de matar, com 4 qualificadoras: motivo torpe, emboscada (dificuldade a defesa da vítima), meio cruel e feminicídio; e está preso em Taiúva desde o ocorrido.

A família apenas pede por justiça. Em contato com a mãe da vítima, ela não quis dar entrevista, mas ressaltou que espera que a justiça seja feita, já que não pode ter sua filha de volta.

 

O CRIME

Adriele foi assassinada no dia 28 de agosto de 2018, com 10 facadas, em uma residência do Bairro Tonico Garcia. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. 

De acordo com depoimento do pai dela, Douglas Sena, a família se reuniu para que a jovem anunciasse a separação do casal com calma, já que ela temia pela saúde frágil da sogra. “Ela me contou que precisava falar com a sogra porque ela tem problema de coração. Falei pra ela combinar, conversar com eles, mas que eu iria junto também pra falar que eu não queria saber dele ficar perseguindo ela, pra ela seguir a vida dela. A gente foi para esclarecer a separação porque a Adriele estava com medo de a mulher passar mal, porque ela é cardíaca”, conta. 

Segundo ele, os últimos momentos de Adriele aconteceram de forma muito rápida. “Os pais do Valdelício não sabiam que ele tinha batido nela, e até falaram para ele: ‘se você bateu nela e ela não te quer mais, você tem que aceitar’, e ele só ficava repetindo: ‘estou mudando, me dá mais uma chance’. Até que, na hora que estávamos na cozinha, ele foi para a sala e ficou andando para lá e pra cá. Aí eu falei para ela ir terminar a conversa com ele, para podermos ir embora, e ela foi sentar na sala. Vimos que ele foi para o quarto, voltou e sentou-se perto dela.”

“Ela sentou no sofá e colocou as pernas para o alto. Ele ainda pediu pra conversar com ela no quarto, mas a mãe não deixou. Ele voltou, ficou em pé perto dela, meio que cobrindo ela, pediu mais uma chance e de repente vi ele esmurrando ela. Hora nenhuma achei que ali tinha uma faca. Já ‘voei’ nele e peguei ele de soco. Só lembro quando minha mãe gritou: ‘minha neta está morrendo’. Saí correndo para socorrer minha filha, que tinha corrido para a calçada.”

Depois disso, os pais ainda tentaram socorrer a judoca, que chegou com vida ao Pronto Socorro, mas não resistiu aos ferimentos. “Eu só quero justiça”, relatou o pai em entrevista ao O Guaíra dias após o ocorrido. 

Adriele era uma menina muito tranquila e querida por todos. Ex-judoca, ela representou o Brasil no Campeonato Mundial de Judô Sub 17, disputou o Campeonato Brasileiro Sub 17 e ganhou medalha de bronze no XVI Jogos Sul Americanos Escolares, no Peru.

 


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