Revista Agro S/A visita Curitiba e conhece o projeto Fazendas Urbanas: quando o campo floresce no coração da cidade

Cidade
Guaíra, 20 de abril de 2025 - 09h33

Na correria das grandes cidades, muitas crianças já cresceram sem saber que o leite não nasce em caixinha e que o ovo não vem direto da prateleira do mercado. Reconectar as novas gerações com as origens dos alimentos — e, mais do que isso, com a própria natureza — é uma das missões centrais do projeto Fazendas Urbanas, que a Revista Agro S/A teve o privilégio de conhecer de perto em Curitiba. Muito além de uma iniciativa ambiental e educacional, o projeto representa uma ponte viva entre o campo e a cidade, resgatando valores essenciais para o futuro da alimentação, da saúde e da sustentabilidade urbana.

Implantado há quatro anos, o projeto integra o Programa de Agricultura Urbana de Curitiba, que já conta com mais de 200 hortas comunitárias espalhadas por diversos bairros. Mas é na chamada Fazenda Urbana, localizada no bairro Cajuru, que a inovação floresce de forma mais intensa. O espaço funciona como um hub de educação, tecnologia e inclusão social, onde o que se planta vai além de hortaliças — cultiva-se consciência, pertencimento e novas formas de viver a cidade.

“É um espaço de encontro, de inovação dentro da agricultura urbana. Integramos startups, setor público, empresas e o terceiro setor. Acreditamos que esse é o caminho para uma cidade mais resiliente e com comida mais próxima de quem consome”, explica o engenheiro agrônomo Gabriel Dalmazo, que trabalha no projeto. 

O que antes poderia ser apenas mais uma área verde de manutenção custosa para o poder público, hoje cumpre um papel nobre e transformador. A Fazenda Urbana mostra que espaços urbanos ociosos podem se tornar verdadeiros polos de educação, produção sustentável e conexão comunitária, abrindo novas perspectivas sobre como as cidades utilizam seus territórios.

Dividido em duas unidades — Fazenda Cajuru, voltada ao público urbano, e Fazenda CIC, mais próxima do cinturão verde de Curitiba e dos agricultores da região metropolitana — o projeto também serve como base experimental para instituições como a Embrapa e o IDR-Paraná. A ideia é transformar as fazendas em centros vivos de pesquisa aplicada, testes de campo e ações voltadas à produção sustentável.

A proposta não é produzir em escala comercial, mas sim oferecer um espaço de aprendizado e reconexão com a terra. Tudo o que é colhido é destinado ao Banco de Alimentos da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, contribuindo para o abastecimento de cozinhas solidárias e iniciativas que atendem populações em situação de vulnerabilidade.

Durante a visita, a pedagoga Dominique Machado ressaltou a importância da vivência prática no processo educativo:

“Eu e minha filha viemos aqui para conhecer o espaço e já estamos levando algumas mudas para casa. A ideia é incentivar uma alimentação saudável e proporcionar esse contato com a terra. A gente está em pleno centro urbano, mas tem a chance de vivenciar isso, de colocar a mão na terra — algo que, infelizmente, as crianças têm cada vez menos oportunidade de fazer. Esse espaço é realmente muito bacana.”

Além disso, o local abriga startups dedicadas à compostagem e ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para hortas comunitárias. Algumas delas, inclusive, iniciaram suas atividades dentro da Fazenda Urbana e hoje já atuam no mercado regional e até internacional. É mais uma prova de que a cidade pode, sim, produzir conhecimento, alimento e transformação social — tudo ao mesmo tempo, e no mesmo espaço.

Ao final da visita, ficou clara uma certeza: projetos como o Fazendas Urbanas são sementes que brotam para muito além dos canteiros. São ideias que cultivam um futuro mais verde, consciente e integrado — onde o campo e a cidade, finalmente, deixam de ser mundos separados.

Veja a matéria no Instagram no endereço: 

https://cutt.ly/FAZENDA-URBANA-CURITIBA

 


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