
“Lembrando que o 4G é a nossa realidade, é o 4G que muda a vida das pessoas que estão nessas periferias, que estão nas estradas. É o 4G que possibilita a criança fazer aula on-line a partir de casa, a gente fazer videoconferência e trabalhar a partir de casa. O 4G, hoje, é o que muda a realidade social e econômica das pessoas”, aponta Stutz.
Além das mais de 7.000 localidades com mais de 600 habitantes sem o 4G, receberão a tecnologia mais de 35 mil quilômetros de rodovias federais em todo o país. Segundo o presidente da Abrintel, o 4G já a partir de 2023, para quem não tem acesso, e o 5G, em seguida, vão promover o desenvolvimento do país nos mais diversos setores.
“Essa conectividade é ferramenta indispensável para reduzir a desigualdade digital e a desigualdade social, que andam lado a lado, e também para impulsionar o desenvolvimento econômico. O 4G é o que muda a vida das pessoas que não têm conectividade”, explica.
Luciano Stutz, presidente da Abrintel, explica que agora que a legislação permite a instalação da infraestrutura mesmo sem resposta dos órgãos municipais competentes, em situações mais complicadas as operadoras vão, sim, utilizar o dispositivo do silêncio positivo. Principalmente porque elas serão obrigadas a levar cobertura a uma comunidade que hoje não conta sequer com o 4G.
Segundo Stutz, a primeira leva do 5G está utilizando a estrutura já construída para o 4G, mas, à medida que a obrigação de cobertura aumentar, somada à obrigatoriedade do 4G, mais torres serão necessárias e o silêncio positivo, fundamental.
“Provavelmente, essa primeira rodada do 5G, que vai chegar esse ano nas capitais, não está tendo necessidade de colocar novas torres e postes. Mas para as localidades distantes do distrito sede do município, que é o caso da obrigação do 4G, que começa a valer a partir de 2023, vai ser muito utilizado o silêncio positivo. Porque é necessário nesses distritos, nessas periferias, a cobertura primária, ou seja, primeiro é preciso de uma torre alta, para iluminar uma grande área e, depois, fazer a densificação do sinal”, explica.
Na prática, o 5G vai chegar aos poucos. A obrigação de cobertura em 2022, segundo o edital da Anatel, é de uma antena a cada 100 mil habitantes e apenas nas capitais brasileiras. Mas o mesmo edital obriga as operadoras que venceram o certame a levar o 4G a todas as localidades com mais de 600 habitantes já a partir do ano que vem. E elas são muitas: segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), são mais de 7.000, incluindo a periferia de grandes cidades.
É neste ponto que entra a Lei 14.424, que autoriza a instalação de infraestrutura de telecomunicações em áreas urbanas, caso o órgão competente não se manifeste em 60 dias. O chamado silêncio positivo vai gerar um círculo virtuoso da conectividade para mudar a indústria, o comércio e a vida das pessoas como um todo. Para cumprir a obrigatoriedade de levar o 4G onde ainda não há, as operadoras vão precisar instalar mais torres e postes, infraestruturas que não recebem autorização em municípios com legislação defasada.
Torres que, nos próximos dois ou três anos, também servirão para a chegada do 5G em peso, quando a obrigação de cobertura aumenta – em 2025 a tecnologia de quinta geração chega a cidades com mais de 500 mil habitantes, com uma antena para cada 10 mil habitantes.

