Seleta é suspeita de fraudar licitações de limpeza pública na região

Policial
Guaíra, 10 de novembro de 2017 - 09h52

Dono da empresa foi preso. Em entrevista coletiva, promotores disseram que também há indícios na licitação aberta pelo SAAE em Barretos; valor do contrato firmado é de R$ 15 milhões por um ano

 

Jorge Saquy Neto foi preso ontem (9), em Ribeirão Preto (Foto: EPTV)

Através da operação Purgamentum do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o empresário Jorge Saquy Neto, dono da Seleta, foi preso na manhã de ontem (09) e a empresa, que presta serviços de limpeza pública em diversas cidades da região de Ribeirão Preto, inclusive em Guaíra, está sendo acusada por fraudes em contratos públicos de coleta de lixo.

A Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de R$ 11,6 milhões da firma e também da Filadelfia Locação e Construção, de Monte Alto, também prestadora de serviços em Guaíra durante o ano de 2015, para a construção dos emissários e da Estação de Tratamento de Esgoto.

Segundo o Ministério Público, a Seleta, a Filadélfia e outras empresas são suspeitas de combinar os resultados de licitações municipais para obterem os contratos. Além de Jorge Saquy, outras 14 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no esquema. Mandados foram cumpridos em Batatais, Monte Alto, Patrocínio Paulista, Sumaré e Paulínia, onde o prefeito Dixon de Carvalho (PP), secretários municipais e vereadores foram alvos de condução coercitiva. O ex-prefeito de Passos, Ataíde Vilela, também foi preso.

De acordo com os promotores, a suspeita mais recente é de uma fraude na licitação aberta pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), em Barretos, para coleta de lixo da Seleta por um período de 12 meses, no valor de R$ 15 milhões. Eles ainda declararam que não há suspeita de envolvimento de servidores públicos nas fraudes, ou seja, as prefeituras eram enganadas pelas empresas.

“A Seleta foi uma empresa fundamental, principalmente na licitação de Barretos e de Passos (MG), mas há indícios de outros contratos, outras licitações que a empresa participou”, apontou o promotor Frederico de Camargo em coletiva de imprensa.

Camargo explicou que, especificamente em Barretos, já foi constatado que uma das pessoas que participou da suposta licitação fraudada era parente de um dos sócios do grupo Seleta, que venceu o certame esse ano.

“Essas empresas, previamente ajustadas, determinavam a vencedora do certame e, por ocasião da sessão, do julgamento da etapa de lances, simulavam a disputa, dando aparência de que estavam concorrendo entre si. Tudo isso de forma teatral para que uma delas ganhasse”, ressaltou.

OUTRO LADO

O Jornal O Guaíra entrou em contato com a Seleta para esclarecimentos. Entretanto, a empresa destacou que está tentando ter acesso às investigações para se posicionar. “A partir do momento que soubermos, poderemos dar um respaldo”, afirmou a empresa, garantindo que enviará declarações nos próximos dias.

GUAÍRA

O município não aparece nas denúncias do Ministério Público. Entretanto, a atual gestão respondeu aos questionamentos desta folha. Segundo a prefeitura, “o processo de licitação feito pelo Município de Guaíra de coleta de lixo ocorreu em 2013 a 2014, tendo como ganhadora a empresa Seleta Ambiental. Em 2017, já havia um contrato vigente. A Atual administração realizou um aditamento do contrato já que os preços oferecidos pela empresa eram vantajosos ao município devido à economicidade. O aditamento foi feito dentro da legalidade e transparência e os serviços prestados pela seleta são fiscalizados pelo Departamento municipal de Serviços urbanos.”

O atual governo afirma que até o momento não houve nenhum apontamento de irregularidade no processo licitatório e caso ocorra tomará todas as providências cabíveis.

(Com informações da EPTV e G1)



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