Simsimi: um aplicativo pode colocar seus filhos em risco?

Psicóloga fala sobre o app de respostas automáticas que tem preocupado pais e responsáveis no Brasil e no mundo

Cidade
Guaíra, 1 de maio de 2018 - 08h31

 

 

 

 

 

Após o terror causado com o jogo Baleia Azul, o aplicativo do momento, que tem assustado pais e responsáveis, é o SimSimi, um app de respostas automáticas que tomou um rumo diferente no Brasil com ameaças e indução ao suicídio.

Para falar um pouco mais sobre o assunto, a psicóloga Pâmela Inomata, da Clínica São José concedeu entrevista e abordou o impacto que esta ferramenta tem trazido à sociedade.

Para a profissional, jogos eletrônicos e aplicativos são tecnologias que despertam o interesse de todas as faixas etárias. “A internet, por um lado, promove a facilitação de tarefas, o acesso à comunicação, contato social; e, por sua vez, os jogos e app proporcionam lazer, assim como aprendizagem, determinadas habilidades motoras e cognitivas, além da socialização e passatempo”, destaca.

Porém, os adultos devem ficar atentos aos lançamentos. “O SimSimi tem causado preocupação nos pais de crianças e adolescentes no Brasil, devido a relatos que o programa expõe os usuários a conteúdos inadequados”, explica Inomata, ressaltando que o jogo foi suspenso no país no dia 20 de abril. “A empresa coreana dona do app anunciou a retirada, suspendendo os downloads para brasileiros na Apple Store e no Google Play”, enfatiza.

O funcionamento do jogo é baseado em Inteligência Artificial (IA) e as  conversas são conduzidas por um personagem amarelo carismático, parecido com um emoji. Esse personagem, o algoritmo, “aprende” com base nas interações com usuários de cada país, e começou a se popularizar no Brasil há alguns anos; tendo conhecimento de frases tipicamente brasileiras e assuntos mais comuns ao nosso cotidiano.

Inicialmente, criado para pessoas acima de 16 anos, o aplicativo não restringe o acesso de pessoas com idade inferior. Por este motivo, e pelo aprendizado nativo do sistema, há possibilidade de expor crianças a conteúdos inapropriados para a idade. “Por exemplo, há relatos que o personagem é capaz de fazer propostas sexuais, usar palavrões e até mesmo fazer ameaças”, diz Pâmela.

“Somos seres sociais, somos sempre um ser com outros seres e, neste contexto, procuramos em meio à multidão nossos pares. Os aplicativos acabam servindo para um contato imediatista com as pessoas, ou no caso do Simsimi a satisfação de conversar com ‘alguém’ que sempre responderá, sem demora de resposta, podendo falar sobre qualquer assunto”, esclarece. “Portanto, o Simsimi pode servir de alerta para o quanto as pessoas buscam aceitação, se contentam com uma falsa sensação de companhia. E os pais, estão dando atenção suficiente aos filhos?”, finaliza a psicóloga.

 


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