O prefeito negou o ocorrido e destacou que todos que fizeram as horas, receberam. José Eduardo ainda comentou que está orientando os chefes de setor a evitar o serviço extra e que, caso precise, vão “fazer concurso público”
Nesta última semana, o Sindicato dos Servidores Públicos de Guaíra apresentou reivindicações de alguns funcionários, que alegaram não receber as horas extras trabalhadas do mês de setembro.
Denúncias afirmam que, do serviço extra, só foram pagos 30% do valor, o que gerou desconforto entre a relação do governo com os seus servidores. Para o presidente do Sindserv, Rodrigo Borghetti, essa tentativa de “economia” pode ser considerada “injustiça” por parte da administração. “Esse mês, assim como ocorreu na administração anterior, o prefeito deixou de honrar o pagamento de quem deixou suor e sangue no serviço em horários em que a maioria de nós estava descansando ou se divertindo”, ressaltou.
O advogado ainda apontou que são funções essenciais para a população que não estão sendo devidamente reconhecidas. “Nossos servidores,na verdade, são obrigados pela administração a realizarem horasextras. O Prefeito, através de seus Chefes e Diretores exige que os servidores realizem serviço extraordinário, ou seja, além da sua carga horária. Eventos como Festa do Peão, FAIG, Guaíra Open, Festa do Trabalhador no Recinto, Aviva Guaíra, ECAL, todos esses são exemplos onde os funcionários trabalham além de sua jornada normal. E quando fazem isso, deixam em casa suas famílias, abdicam de seu merecido descanso e são frustrados em seus momentos de lazer para trabalhar para a administração. Mas, na hora de receber pelos serviços prestados, infelizmente, a administração não paga”, contestou.
Em resposta, o Chefe do Executivo, José Eduardo Coscrato Lelis, negou qualquer irregularidade no pagamento das horas extras e disse: “Desde o início da minha gestão tenho dito, aos meus responsáveis dos setores, que precisamos fazer gestão de trabalho. Hoje, a prefeitura gasta quase 12% de suas despesas com funcionário através de hora extra; uma hora de eventualidade e não habitualidade. Em janeiro, pagamos R$ 94 mil a mais de hora extra. Em agosto, pagamos mais de R$ 530 mil! Você incorpora isso e passa dos 48% de gastos com pessoal e o Tribunal de Contas vai apontar que não vou poder pagar mais hora extra nenhuma”, declarou o prefeito.
José Eduardo confirmou que sabe da necessidade desse serviço extra em alguns setores, porém, está tentando fazer “gestão” em cada departamento. “Sei que em determinados setores é necessário, faltam professores para o reforço, na saúde eventualmente precisa de horas extras de enfermeiras pra fazer adequação. Mas tenho cobrado dos meus encarregados para se fazer gestão, banco de horas, se organizem, para que a gente não chegue no momento em que essa falta de recursos, R$ 20 milhões a menos no orçamento, em nove meses, inviabilize o pagamento dos funcionários.”
“Precisamos reorganizar, que eles programem-se e trabalhem a semana inteira para que não precisem trabalhar de sábado e domingo, a não ser em caso de eventualidade. Tenho feito essa solicitação. Chegou nesse mês, ao invés de diminuir aumentaram. Pedi para reorganizar as horas. Os funcionários que fizeram vão receber, mas tem que se fazer gestão. Vamos fazer escala 12 por 36 no Pronto Socorro e ambulância”, completou.
Cargos comissionados e funções gratificadas
Com a mudança na reforma administrativa, o sindicato dos servidores disse que o aumento para cargos comissionados deveria ser repassado para os servidores que trabalham além da sua escala. “Na nossa opinião, se falta dinheiro para pagar quem realmente trabalha, o que deve ocorrer em primeiro lugar é que o Prefeito exonere todos os cargos de confiança que não são concursados e trate de pagar quem trabalhou. Agora, você pega diretores e chefes que nunca prestaram um concurso na vida, que não possuem ligação umbilical com o serviço público e recebem altos salários sendo beneficiados e os que realmente trabalham e cuidam de nós nos Postos de Saúde, nas Ambulâncias, nas Viaturas, nas Estradas, nos Próprios Públicos e retirando a sujeira que produzimos, são penalizados por uma administração sem planejamento”, expôs Rodrigo.
“Não aceitaremos que os servidores de carreira tenham o suor de seu trabalho servindo de ração para cargos de confiança. Nosso departamento jurídico está à disposição para ingressar com as respectivas ações judiciais visando o pagamento da contraprestação daqueles que trabalham de verdade”, complementou.
Já o prefeito nega o aumento dos salários dos CC e também da funções gratificadas. “Entra no portal da transparência e imprime o que cada um ganhava e o que ganha agora, está se gastando menos do que se gastava antes. Estou trazendo a responsabilidade pra mim, transformando algumas secretarias em diretorias.Não houve aumento de gasto em cargos comissionados. Houve diminuição de gastos. Não nomeei todo mundo não. Deixei alguns cargos e os que foram nomeados não têm nenhum viés político, é realmente para buscar organização e eficiência de trabalho.Não aumentou salário de função gratificada. É só fazer comparação. Houve diminuições de funções gratificadas e são só funcionários públicos”, demonstrou José Eduardo.
“O que o funcionário faz fora do horário vamos pagar, mas tem que ter gestão, para trabalhar dentro do horário e, se não está dando, vamos fazer concurso público, mas não pode se pagar hora extra. A gente quer mudar isso e gera desconforto, mas tenho que ter firmeza senão não muda.A partir de 1º de novembro vai ter que passar no ponto eletrônico. Se passar vamos pagar as horas sim”, finalizou o Chefe do Executivo.