Projeto apresenta três opções de transposição pelo Rio Sapucaí; a principal delas (linha do meio) seria no afluente Cervo, pelo nível e qualidade da água.
Após perceber a necessidade de um melhor abastecimento de água no período das secas, tanto no campo quanto na cidade, o Sindicato Rural de Guaíra apresentou uma grande proposta ao prefeito José Eduardo Lelis, durante reunião na prefeitura, na tarde de terça-feira, 28.
O encontro contou com a presença de alguns produtores, representantes da ETA (Estação de Tratamento de Água), DEAGUA (Departamento de Esgoto e Água de Guaíra) e setor de obras. A proposta, apresentada pelo presidente do sindicato, Francisco Muraishi, e toda sua equipe, consiste em atender a agropecuária local e população, com uma garantia de água excepcional para atender os anseios de todos de uma forma prática e objetiva. “O sindicato identificou algumas opções de fazer transposição de água dos rios que margeiam a cidade. O local com mais viabilidade, até pelo nível e qualidade da água, seria o Cervo, no Sapucaí”, disse Muraishi.
De acordo com a entidade, a ideia é trazer para o município a possibilidade de uma segurança hídrica maior, já que, atualmente, 60% da captação do tratamento de agua é feita de maneira superficial nas águas do Ribeirão do Jardim e, durante o período de estiagem, acaba limitando a disponibilidade para as propriedades rurais que estão tanto a montante (antes da ETA), quanto a juzante (após a ETA).
Um dos responsáveis pelo projeto, o engenheiro eletricista da prefeitura e do Sindicato Rural, João Marques, explica que a captação ocorreria no Cervo, vindo pela estrada municipal, passando pelo anel viário, ate chegar à Estação de Tratamento de Água. “Com esse projeto, conseguiríamos ter uma vasão de água suficiente para abastecer a cidade em sua totalidade e teríamos uma reserva técnica de crescimento por mais 30 anos”, estimou. “Assim, liberaríamos toda a água do Ribeirão do Jardim para que os produtores fizessem a irrigação, utilizando de forma mais assertiva.”
João ainda apontou que o sindicato está fazendo parceria com a prefeitura, através do DEAGUA, para que isso seja realizado de forma prática, econômica e segura de acontecer. “Estamos na fase do projeto básico, que contempla todas as necessidades de infraestrutura para que isso aconteça e depois partir para o projeto executivo, seja na parte hidráulica, de autorizações de passagem, de energia elétrica que será alimentada, bem como tudo para que aconteça.”
Segundo o diretor do DEAGUA, Lucas Froner, essa transposição das águas do rio Sapucaí, ou eventualmente de um de seus afluentes, pode ser discutida dentro do Comitê de Bacias do Sapucaí-Mirim, ao qual Guaíra faz parte. “Com relação a eventuais exigências, além da questão do projeto em si, que tem que trazer toda a parte de engenharia em todos os campos, como elétrica, civil, existe também o aspecto legal, por causa das outorgas, porque essa linha passará por propriedades particulares e públicas e áreas do DER; isso tudo tem que ser avaliado”, afirmou.
“Já do ponto de vista de financiamento público para essa obra, teríamos que ver todo o contexto de projeto legal para buscar os recursos junto ao governo do estado, ao FEHIDRO e eventualmente ao governo federal, através de seus respectivos ministérios”, completou.