Skatistas e servidor público discutem com facão e skates em mãos

Discussão começou após o funcionário público pedir para que os esportistas parassem de pular com o skate nos bancos da praça São Sebastião, o que poderia causar dano ao patrimônio

Policial
Guaíra, 16 de março de 2020 - 14h03

Na tarde da última quarta-feira, 11, uma discussão entre skatistas e um servidor público do DEAGUA (Departamento de Esgoto e Água de Guaíra) exaltou o ânimo entre eles, que chegaram a se utilizar de facão e skates durante o atrito. Por sorte, não chegaram a vias de fato, mas os vídeos publicados posteriormente dividiram opiniões nas redes sociais.

Uma cidadã, que acompanha o grupo de esportistas, publicou o vídeo que mostrava o final do caso, quando o funcionário já se deslocava para o veículo levando o facão. Em sua publicação, ela declarou que o trabalhador “não pediu, mas ordenou que os meninos que estavam andando de skate na praça parassem e fossem embora” e ainda disse que “praticar skate não é crime, muito menos vandalismo, mas sim a liberdade de exercer o seu direito de ir e vir e praticar um esporte ao ar livre como bem entender”. “Por esses mesmos motivos, os meninos continuaram praticando o seu esporte e este senhor os ameaçou com um podão, em horário de serviço e inclusive chegou a agredir um dos skatistas com a arma, mas o mesmo não se feriu graças a Deus”, continuou.

A moça ainda denunciou que o servidor foi à pista de skate naquele mesmo dia, à noite, para “resolver a situação” com um dos skatistas presentes no acontecimento e que “a grande sorte foi que esse garoto não estava presente no momento em que ele foi até a pista”.

O OUTRO LADO

Para esclarecer a situação, o servidor Rosano publicou vídeo em sua rede social. Ele alegou que não é contra o esporte, mas sim contra o vandalismo e que pediu para que os skatistas parassem de bater o skate nos bancos – ao fazer as manobras – porque já havia quebrado um deles próximo ao banheiro da praça (foto). “Inclusive, tem um banco do lado do banheiro que eles pularam e quebraram a madeira e teve que tirar senão ia machucar alguém”, relatou.

Além de relembrar que, há 2 anos, um dos rapazes da discussão já havia batido em sua filha, o funcionário disse que o mesmo começou a incitar os meninos para xingar ele. “Chamei a Guarda na hora que começaram a me desaforar e a GCM demorou mais de uma hora pra chegar no local. A situação chegou no ponto que chegou porque a Guarda demorou chegar e eles pegaram a tábua de skate e vieram pro meu lado. Sei que não justifica pegar o podão, só que também, com um monte de adolescente, inclusive um de maior (de idade), não vou lá por minha vida em risco, na mão, para eles me arrebentarem e eu sair machucado, inclusive estando certo”, disse.

Ele ainda esclareceu sobre ter ido à pista de skate. “Falaram que fui na pista de skate, ameacei…  Não preciso ameaçar ninguém. Acho que, se os pais dessem educação para os filhos, eles  não estavam lá depredando, estariam andando de skate normal. Anda na praça, normal, tudo direitinho”, complementou.

GCM

A Guarda Civil Municipal foi procurada para explicar sobre a possível demora para atender a ocorrência. De acordo com os GCMs Isaías e Gouveia, uma ligação foi feita por um funcionário da prefeitura de que “os skatistas estavam na praça”, mas que em momento algum foi dito que havia discussão ou utilização de arma branca. Como eles entenderam que não era ocorrência grave, atenderam outras mais urgentes naquele momento, como o caso de jovens que estavam nadando no lago Maracá, correndo o risco de afogamento.

Os guardas municipais ainda esclareceram que não demoraram muito, mas quando foram atender o caso da praça, em momento algum os servidores públicos disseram que havia acontecido briga ou que ocorreu dano ao patrimônio público. O relato foi feito pelos próprios skatistas, que contaram a Isaías e Gouveia que foram ameaçados de facão, sendo orientados a prestarem boletim de ocorrência na Polícia Civil e também para que fossem andar na pista de skate do Parque Maracá, liberando a praça.

Ambos também afirmaram que, com pouco efetivo na companhia, toda a equipe estava na rua aquele dia, atendendo a poda de árvores, prefeitura, ao fórum e também na entrega de ofícios.

PREFEITURA

O Jornal O Guaíra entrou em contato com o prefeito José Eduardo, que disse: “São situações que são desnecessárias. Esse servidor faz um grande trabalho. De outro lado também temos dado prestígio legal para os skatistas, fazendo manutenção da área deles, fazemos campeonatos… Agora desnecessário tudo isso. Dentro dos trâmites normais, tendo uma denúncia na ouvidoria, vamos ouvir e orientar para que isso não aconteça mais – com, no mínimo, uma dvertência. Acho que não tem nada os jovens brincarem de skate na praça, desde que não interfiram na frequência das pessoas e na passagem delas. A abordagem teria que ser feita por alguém da zeladoria ou da polícia.”

 


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