Surgimento de pombos mortos na região central pode ser crime ambiental

Vigilância Animal confirmou que já acionou a Polícia Ambiental de Barretos e que sintomas de animais mortos estão ligados a envenenamento. Mesmo sendo transmissores de doenças, seu extermínio é crime com pena de detenção

Cidade
Guaíra, 7 de fevereiro de 2018 - 09h59

O surgimento de pombos mortos na região central da cidade fez com que iniciasse um verdadeiro debate. De um lado os protetores dos animais e, do outro, aqueles que defendem a tese que os pombos são uma ameaça para os seres humanos devido à influência na disseminação de doenças e parasitas.

Um post no Facebook sobre o surgimento de pombos mortos no cruzamento da avenida 11 com a rua 8, próximo a um prédio abandonado do Banco do Brasil, gerou uma intensa discussão nas redes sociais.

A maioria tem conhecimento dos perigos que essas aves representam e que deve sim existir uma forma de controle a ser realizado principalmente pelos cidadãos em suas residências e empresas, evitando alimentá-las e promovendo ajustes na estrutura dos imóveis com instalação de telas e outros equipamentos que evitem sua permanência em único local.

Sobre os pombos mortos na região central, a veterinária e Chefe do Departamento de Zoonoses e Bem Estar Animal, Lessiana Freitas, afirmou que existe suspeitas de intoxicação por envenenamento. Por se tratar de crime ambiental, ela acionou a Polícia Ambiental de Barretos, onde foi registrado um boletim de ocorrência. Agora, os policiais deverão fazer uma averiguação no local para apurar possíveis autores.

Animais foram recolhidos pelo Departamento, congelados e agora aguardam a contratação de uma empresa pela prefeitura para realizar o laudo e detectar a causa da morte.

Em Guaíra, foram encontrados alguns locais onde existe a presença de pombos. Exemplos como a Praça São Sebastião, escola Vera Vitali, quadrado que compreende a rua 8 entre as avenidas 15 e 11 e também no bairro Ernesto Pacheco. Eles se abrigam no telhado de lojas ou das casas e muitas vezes são alimentados por pessoas que desconhecem os riscos que esta prática acaba levando ao crescimento populacional das aves. Sem serem incomodadas, elas se multiplicam com rapidez e acabam se tornando mais um transtorno para moradores.

De acordo com Lessiana, no caso das escolas, já ocorreu uma orientação quanto às medidas a serem tomadas para afastar os animais desses ambientes que, por se tratarem de espaços amplos, é necessário a instalação de telas e repelentes.

Já em relação a residências e lojas, ela afirma que o morador deve tomar algumas precauções. “Eles vivem em locais estratégicos e existem pessoas que até os alimentam. Nós orientamos os cidadãos a tomarem medidas no imóvel para dificultar o acesso e evitar a presença dos pombos, porque seu extermínio é crime e não deve ser praticado”, disse.

De acordo como com a legislação, é crime matar, apreender ou maltratar os pombos. Assim acontece com qualquer outro animal, independente se é caseiro ou silvestre. Segundo a Lei 9605 de 12/02/98 (artigo 29º – parágrafo 30º), do IBAMA, os pombos são considerados domésticos ou já domésticos, levando assim qualquer ação de controle que provoque a morte, danos físicos, maus tratos e apreensão, passível de pena reclusiva inafiançável de até 5 anos.

A literatura especializada traz inúmeros estudos a respeito da transmissão de doenças ao homem e animais domésticos através de pombos. Diversos autores já pesquisaram esta influência das aves na disseminação de doenças e parasitas ao homem e animais domésticos. As doenças podem ser transmitidas através de esporos, ectoparasitas, contaminação fecal, por contato com tecidos infectados, através do contato com vetores como os mosquitos e moscas.

Para a veterinária, existem poucos casos registrados de contaminação de seres humanos por doenças provocadas por pombos. Na maioria daqueles que são registrados, são pessoas que adentraram a locais fechados com grande presença de pombos sem nenhum tipo de equipamento de proteção e acabaram tendo contato com os animais e inalam o ar contaminado. Nas residências, a orientação para que o morador não varra as fezes seca dos pombos para evitar que seja inalada. A pessoa deve umedecer com água para remover e sempre utilizar máscara ou pano úmido na boca e nariz no momento da limpeza. O uso de água sanitária ou cloro também são recomendados.

COMO AFASTAR

Existem algumas dicas simples para afastar os pombos, como: instalar objetos que se movimentem e façam barulho, fios e linhas em beirais servindo como barreiras, objetos refletores de luz, como CDs velhos e sem uso, tudo com o intuito de impedir que as aves façam seus ninhos. Além dessas dicas, o mercado dispõe de produtos específicos, como um gel repelente, que acaba incomodando a pata do animal que vai sair para outro lugar. Esse produto não é nocivo à ave.

A Veterinária Lessiana Freitas, afirma que o Departamento de Zoonoses e Bem Estar Animal está à disposição da população para maiores orientações pelo telefone (17) 3330-2800.

 

 

 

Dicas para evitar os pombos

Os pombos podem transmitir muitas doenças causadas pelos fungos que estão em suas fezes secas, bactérias que podem contaminar os alimentos ou a água. As fezes também são causadoras de meningite, por exemplo. Para afastar os pombos da sua casa e sua família separamos algumas dicas:

  1. Não alimentar os pombos.
  2. Não deixar restos de comida perto das lixeiras.
  3. Não deixar ração de animais de estimação expostos, os pombos sempre voltam aos lugares onde se alimentam.
  4. Limpar eventuais fezes: o acúmulo delas no local atrai mais pombos. Para limpar lembre-se de usar luvas e máscaras para não inalar.
  5. Dedetizações são recomendáveis.
  6. Colocar fios de nylon em cima dos muros ou gel de cabelo, pois o material é escorregadio para a ave.
  7. Pendure objetos brilhantes na sua janela: CDs ou papel laminado. Os pombos se assustam com a luz refletida neles.

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