Três pessoas são presas por suspeita de fraude em exame para obter CNH em Guaíra

Policial
Guaíra, 21 de junho de 2017 - 08h11

A Polícia Civil contou com o apoio dos policiais guairenses para prender, temporariamente, um funcionário e dois empresários de autoescolas, além de buscas e apreensões nestas duas empresas e residências dos alvos

A Polícia Civil cumpriu nesta segunda-feira (19), através da Operação “Delta Fake”, diversos mandados judiciais em Guaíra e região (Colômbia, Barretos, Olímpia, Colina, Jaborandi e Bebedouro) contra um esquema de venda de CNHs envolvendo autoescolas e funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP).

Segundo apurado com o delegado Dr. Rafael Faria Domingos, os policiais guairenses apoiaram a ação que prendeu temporariamente três pessoas na cidade, sendo um funcionário e dois empresários de autoescolas, além de buscas e apreensões nestas duas empresas e residências dos alvos. “Aqui não teve busca no Detran, mas em outros municípios sim. No total, foram 13 presos e 16 conduções [em toda região]. Todavia, seguindo orientação superior, as informações serão passadas somente pela Delegacia Seccional de Bebedouro”, informou Domingos, que não pode repassar mais dados para a imprensa.

Os alvos são suspeitos de envolvimento em um esquema – que funcionava em sete cidades na região de Barretos – ilegal de cobrança para aprovação de candidatos em exames práticos de direção. De acordo com a PC, examinadores do Detran-SP também estão envolvidos na fraude, que tinha como alvo interessados em carteira de habilitação profissional, ou seja, nas categorias D e E. O valor cobrado pelos suspeitos variava de acordo com a cidade e as condições financeiras do candidato e o grupo ainda ameaçava reprova-los caso se negassem a pagar.

O diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 3), delegado João Osinski Junior contou como surgiram as suspeitas. “Pessoas que foram obrigadas a pagar, e que tinham condições de serem aprovadas no exame, se indignaram com esse tipo de atitude e procuraram a polícia, reportando que estava sendo cobrado para que houvesse a aprovação. O que chamou mais a atenção é que justamente motoristas profissionais, que vão dirigir os caminhões, os ônibus e as vans, estavam tendo esse tipo de facilidade. Essa foi a grande preocupação que motivou toda essa investigação.”

“Em alguns casos, quando o candidato questionava o porquê pagar, era orientado a procurar diretamente o examinador: ‘você fala com ele, ele é delegado, e você vai ter a sua resposta a respeito disso’, ou seja, usavam o cargo para obter vantagem”, explica Osinski Jr.

As quantias individualizadas e o total obtido com a fraude, assim como o período em que o esquema funcionou, ainda estão sendo investigados.

Em nota, o Detran-SP informou que se forem comprovadas as irregularidades, os servidores responderão a processo administrativo e, ao final, poderão ser exonerados. Já as autoescolas podem ser descredenciadas do sistema. “No âmbito administrativo, se comprovadas as irregularidades, os servidores responderão a processo administrativo e, ao final, poderão ser exonerados; parceiros, como autoescolas, poderão ser descredenciados. Como garante a Constituição, todos terão o direito à ampla defesa”, diz o comunicado.



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