No dia 10 de julho, na Câmara Municipal de Guaíra, as cadeiras foram ocupadas pelos amigos e familiares. Rostos conhecidos, apertos de mão, olhares que diziam mais que palavras: todos esperavam pelo mesmo momento. E o nome que unia aquele silêncio bonito era o de Rodrigo Faria de Oliveira.
Carinhosamente conhecido como “Poder”, Rodrigo carrega um nome forte e uma presença ainda maior. O apelido “Poder” representa suas conquistas no mundo dos negócios que são notáveis, mas é na generosidade silenciosa que ele se torna gigante. Como já ensinava Jesus, “que a tua mão esquerda não saiba o que faz a direita” e é assim, longe dos holofotes, que ele transforma vidas, levando adiante um legado de solidariedade genuína.
A sessão começou como manda o protocolo: em nome de Deus, com leitura de decreto e currículo. Mas, aos poucos, tudo foi ganhando alma. Porque o que se comemorava ali não era apenas um título. Era um gesto carregado de verdade: Rodrigo estava sendo adotado por Guaíra.
Nascido em Piracaia, criado no meio de cinco irmãos, Rodrigo chegou à cidade ainda adolescente, com pouco mais de 13 anos. Era o filho de Jovelino (in memoriam) e Maria Elsa, e trazia no bolso a lição mais valiosa que seu pai lhe ensinou: o valor do próprio esforço. Foi vendendo picolé na rua que aprendeu o preço do que se conquista com as mãos.
Não teve caminho fácil. Perdeu o pai aos 18, trabalhou com informática, borracharia, sistemas. Teve mestres como William Pires e o saudoso Rodney, de quem carrega ensinamentos até hoje. Mais tarde, fundou a própria empresa, a DP Esports , que hoje movimenta 2.700 colaboradores pelo Brasil, com orgulho de ter Guaíra como base e raiz.
Aos poucos, o menino virou líder. Mas o bonito mesmo foi perceber, naquela noite, que ele nunca deixou de ser gente. Solidário, discreto, tímido, amigo dos amigos. E isso ficou ainda mais claro nos discursos que se seguiram.
William, que o conhece desde o começo, subiu à tribuna com voz embargada e coração cheio. Disse que Rodrigo não é homem de subir sozinho, mas de construir escadas para que todos subam com ele. Falou da generosidade, da confiança, dos empregos criados, dos sonhos despertos. Falou como quem sabe: “Rodrigo é um líder que prospera junto.”
Elizabete Cristina, a Beth, esposa do homenageado, com a doçura de quem carrega no ventre o primeiro filho do casal, o pequeno Davi , agradeceu por tudo o que vivem juntos. Por ele ser quem é, em casa e no mundo. “Eu tenho orgulho do marido que tenho”, disse ela, com voz já embargada pela emoção e todos entenderam: ali estava a força do amor que acompanha e enraíza.
Vieram ainda os amigos. Diego Rodrigues, parceiro desde a juventude, relembrou os tempos da bola na rua e da amizade que resiste ao tempo. E o vereador Stefano Stafusa falou sobre da importância que Rodrigo tem na vida de tantas crianças por meio do Instituto Meninos de Ouro, crianças que viajam, descobrem o mundo, sonham. “Você está mudando destinos com sua ajuda silenciosa”, disse ele. E não era exagero.
O vereador Anderson Aparecido de Lima, autor do projeto, fechou o ciclo com uma fala emocionada. Disse o que muitos pensavam: “Para mim, Rodrigo já era guairense faz tempo. Hoje, a cidade só está oficializando o que o coração já sabia.” E estava certo.
No fim, Rodrigo falou. Com a humildade que o acompanha desde os tempos difíceis, agradeceu aos amigos, aos vereadores, à cidade. Disse que esse reconhecimento dava mais força para continuar. “Hoje eu realizo um sonho. Mas quero continuar ajudando os outros a realizarem os seus.”
Na plateia, muitos olhos marejados. Na parede, o brasão da cidade. E, no ar, um sentimento bonito de pertencimento. Porque algumas pessoas nascem em um lugar… outras escolhem. E Guaíra escolheu Rodrigo, e Rodrigo escolheu Guaíra.