Aparelhos de musculação encontram-se no galpão alugado pela prefeitura, na Rua 40, junto ao local onde são realizadas aulas do projeto de judô Meninos de Ouro. Prefeitura determinou a desocupação temporária do prédio para apuração de informações
Galpão utilizado para projeto de judô está abrigando equipamentos de levantamento de peso da academia “Fábrica de Monstros”.
Atletas treinavam nos aparelhos logo ao lado das aulas das crianças do projeto de judô Meninos de Ouro.
Durante a última sessão ordinária da Câmara, realizada em 18 de abril, a vereadora Maria Adriana Gomes denunciou o possível uso de um prédio da prefeitura para o funcionamento de uma academia particular, com aparelhos de musculação.
De acordo com Maria Adriana, ela recebeu informações de que o mesmo galpão utilizado para o Projeto de Judô Meninos de Ouro estaria abrigando a “Fábrica de Monstros” (nome dado ao espaço) e que pessoas estavam pagando R$ 50 para utilizá-la.
A parlamentar fez uma visita ao local. “Fui informada que os aparelhos que ali estavam era de uma academia e que o vice-prefeito e Secretário de Educação, Renato César Moreira, havia deixado eles colocarem lá e era para uso dos atletas do município que praticam a modalidade de levantamento de peso”, explica.
Ao ser questionada se as pessoas estavam pagando para utilizar os aparelhos, Maria Adriana confirma. “Segundo informações que obtive, sim, mas não tenho recibo para comprovar. O certo é que existia uma academia instalada no prédio, sendo que ali foi alugado para sediar o projeto de judô. Então, não entendo porque estava instalada no local sem a devida finalidade.”
De um lado, crianças faziam as aulas de judô e, do outro, atletas faziam grandes levantamentos de pesos. Foi ainda noticiado que tanto os alunos judocas quantos os frequentadores da academia utilizavam o mesmo sanitário.
“Fiz requerimento pedindo informações e uma cópia do contrato de aluguel do imóvel, firmado pelo município, onde se encontra instalado o Centro de Treinamento Takeshi Uemura. Perguntei quais as atividades esportivas são desenvolvidas em tal centro de treinamento e solicitei cópia de eventuais termos de ajuste existentes entre particulares e a prefeitura para a realização de atividade no local”, esclarece a vereadora.
PRÉDIO FECHADO
Após visita de Maria Adriana ao galpão, o governo resolveu fechar o imóvel e encerrar as atividades. “Como formalizei o requerimento em 18 de abril, a prefeitura possui prazo de 15 dias para enviar as informações. Só após este período, e com as informações em mãos, que irei tomar alguma atitude. Em relação às providências que a atual administração está tomando, a única informação que obtive é que após a minha visita, o prédio está fechado e as atividades que estavam sendo realizadas ali, tanto do judô como da academia, estão paralisadas”, declara a parlamentar.
Em contato com o governo, foi informado que: “No prédio da Rua 40 funcionava o projeto de judô “Meninos de Ouro” e uma parte foi cedida para a equipe guairense de halterofilismo para treinamento, que há anos compete por Guaíra. Não era de conhecimento da atual gestão sobre a cobrança de qualquer benefício. Ao tomar conhecimento de uma possível cobrança, de imediato determinou-se a desocupação temporária do prédio, pelas duas modalidades esportivas.”
Segundo o responsável pela academia “Fábrica de Monstros”, Wellington Batista Ferreira, campeão brasileiro de halterofilismo, ao procurar a nova gestão, no início do ano, foi cedida uma área do galpão para que os atletas pudessem treinar. Ele ainda explica que enviou documentação para o governo municipal para formalizar o processo, mas que ainda aguarda a regularização.
“A prefeitura cedeu o espaço e coloquei meus equipamento lá de boa vontade para que qualquer atleta da cidade pudesse utilizar”, conta o guairense, explicando que atualmente 70 pessoas fazem musculação e levantamento de peso em 32 aparelhos voltados a esportistas de competição de alto nível.
Ao questioná-lo sobre a possível cobrança para que os cidadãos usassem a academia, Wellington nega e destaca que a denúncia é infundada, que pode ter sido feita por alguma pessoa que foi impedida de treinar no espaço. Ferreira alega que no início ele abriu exceção para alguns guairenses, mas foi informado pela prefeitura de que não era correto e passou a manter apenas competidores para treinamento.