Voar para ver o mundo e ver de outro prumo

Cidade
Guaíra, 5 de novembro de 2025 - 08h29

Para Guaíra, para nós, para quem lê, essa história do Léo voando tão alto nos lembra que voar também é acreditar. Acreditar que devemos ultrapassar ventos contrários, que devemos olhar a paisagem com atenção, que o horizonte não é um limite, é convite.

Quando Léo Andrade deslizou para o céu alagoano, foi mais do que decolar, foi recomeçar em alto. A expedição, que partiu de Maceió, cruzou o litoral de Alagoas, avançou por Sergipe e concluiu essa travessia aérea na vibrante Salvador. Jornada de beleza incalculável e de desafio quase igual.

“Diferente das últimas expedições no Nordeste, esta ocorreu com ventos muito fortes”, comenta Léo. O motor do paramotor roncou, e o parapente cortou o céu, e o piloto soube que aquilo não era passeio, era missão. O mar, os recifes, as dunas, as falésias, tudo passou por ele lá em cima, num tempo diferente, ele próprio diferente.

Léo conta que já havia voado em 2022 por trechos ainda maiores do litoral, com condições mais favoráveis. Mas talvez fosse justamente essa adversidade que fez tudo parecer ainda mais único: “mar, corais, embarcações, praias, dunas, falésias, animais, cidades, pessoas; tudo faz você refletir e admirar”. Ele via não apenas paisagem, mas vida, e sentia-se parte dessa tela.

O equipamento é simples no papel: um parapente, motor, hélice, tanque e um piloto que confia no céu. O paramotor permite voar usando a força do motor para a decolagem e depois, é manter o controle, sentir o sabor do vento, dominar o invisível. E lá estava Léo, entre os 16 pilotos brasileiros e 3 apoiadores terrestres, construindo mais do que rotas, fazendo amizade, dividindo técnicas, compartilhando risos e aterrissagens.

“São pilotos de todo Brasil, uma diversificação de técnicas e costumes. Construímos grandes amizades e nos divertimos muito”, ele afirma. Porque, no fundo, voar é algo pessoal, mas também coletivo. É sobre estar sozinho no céu e sentir que se faz parte de algo maior.

Quando aterrissou em Salvador, fechava-se um ciclo: 18 a 24 de outubro de 2025, sete dias que pareceram eternos ou instantâneos conforme batia o coração mais forte a cada rajada. 

E Léo fez questão de agradecer aos apoiadores, aos patrocinadores e à equipe técnica de apoio terrestre. E você que está no solo, olhando para o céu, talvez um dia esse voo o leve longe, ou talvez ele te ensine que os ventos fortes não são inimigos, são companheiros.


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