Atual gestão se posiciona sobre as condições do aterro sanitário deixadas pelo ex-prefeito

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Guaíra, 26 de maio de 2017 - 09h55

A administração anterior perdeu o prazo para a renovação da licença de operação do aterro. Agora,o governo municipal aguarda o pedido, que está em andamento na Cetesb

O aterro sanitário de Guaíra foi mais um dos problemas entregues pela antiga gestão de Sérgio de Mello e Denir Ferreira para a atual administração. O local estava em péssimas condições, muito lixo fora da vala controlada, detritos depositado em desacordo com as normas da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e precária operação. A terra retirada da escavação da cova em uso sumiu, o que provocará problemas futuros para o necessário aterramento dos resíduos.

Para complicar ainda mais, o ex-prefeito perdeu o prazo para a renovação da licença de operação do aterro. Na verdade, durante a transição de governo, os responsáveis pelo depósito de lixo simplesmente preencheram uma solicitação de renovação via internet, mas não entregaram na Cetesb os documentos necessários para renovar a autorização de funcionamento.

Devido às condições e à falta de renovação, a Cetesb notificou o aterro sanitário de Guaíra e pode interditar o local. “Desta feita a cidade teria que contratar um aterro particular para depositar o seu lixo do dia a dia. Tipo de estabelecimento que cujo mais próximo fica na cidade de Guará. Ou seja teria que pagar para depositar e também gastaria com o transporte”, explica o Executivo.

“A estimativa da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras, da qual faz parte a pasta de Meio Ambiente, é que Guaíra, somente nos cinco primeiros meses do ano, gastaria cerca de R$ 1.000.000,00 para poder descartar o seu lixo doméstico, caso o depósito fosse interditado pela Cetesb”, exemplifica.

No começo do ano, ao se deparar com a situação de abandono em que se encontrava o aterro, o atual governo começou a reabilitação da área, colocando os detritos dentro da vala e retirando lixo despejado a céu aberto.  “Este trabalho resultou na boa nota, sendo os silos de resíduos domésticos de Guaíra classificados com a nota de 8 pontos, de 10 possíveis. Muito para um estabelecimento público que nos primeiros dias do ano estava em vias de ser lacrado.”

Entretanto, mesmo com boa nota, devido ao deslize da gestão passada, o município foi autuado e se não alcançar sucesso em recurso contra a autuação da Cetesb pode ter problemas na renovação da licença.

COURO ENTERRADO

A história do couro enterrado e depositado em céu aberto forma irregular no aterro sanitário, que é destinado exclusivamente a lixo doméstico, em barracões da usina de reciclagem e depósitos de entulho (Balança Municipal), já gerou processo administrativo e vai continuar gerando muitos mais gastos aos contribuintes.

“Acontece que depositar e enterrar as 200 toneladas de raspas de couros com contaminantes tóxicos foi fácil. Difícil vai ser limpar a lambança, pela qual se suspeita que funcionários, ocupantes de cargo de chefia da administração passada, teriam recebido suborno”, destaca a atual gestão.

Hoje, depois da municipalidade gastar com análise, sabe-se que o restolho, além de fétido está contaminado por elementos tóxicos, como arsênio e cromo. “Este estudo dos químicos presentes nas raspas é uma das exigências da Cesteb para que Guaíra possa dar destinação do asqueroso espólio da transição”, afirma.

“Só para se ter uma ideia o único depósito que pode comportar este resíduo na região, na cidade de Uberaba, cobra R$ 500,00 a tonelada. Na matemática simples, 200 toneladas vezes 500, igual R$ 100.000,00 de recurso público desperdiçado por uma ação, que além de crime ambiental, suspeita-se ter sido fruto de corrupção”, calcula a prefeitura.

Os gastos do dinheiro público para reparar o grave desfalque não param por aí. Já se gastou com exames químicos, com o custo do recebimento por tonelada, mas, como se trata de resíduo tóxico, dano à vida humana e ao meio ambiente, o transporte tem que ser feito por caminhões específicos e o governo tem que ter autorização da Cetesb para fazê-lo. “Já foi encaminhado para companhia ambiental o resultado da análise química e uma Carta de Anuência (documento que atesta que a empresa de Uberaba pode e aceita receber o couro) e somente depois da autorização é que a Prefeitura pode contratar a empresa para transportar o resíduo depositado no logradouro que deveria servir para manter a cidade limpa de forma responsável”, ressalta.

É importante lembrar que a Cetesb está acompanhando todo processo e só autoriza a retirada do detrito quanto tiver a garantia que o contaminante terá a destinação correta.


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