Colunista

A estrutura da epidemia social

Na coluna anterior falamos sobre a efetividade da publicidade chamada de Buzz Marketing, ou o nosso famoso boca a boca. Muitos acreditam que ele funciona sozinho e do nada. 

É claro que há ocasiões nas quais isso acontece, mas elas são raríssimas e tem grau de aleatoriedade imensurável. É a tal da viralização não planejada. Um desses casos é o da Luíza do Canadá. Uma família foi contratada para um comercial de um residencial na Paraíba. O roteiro, então, incluía o pai dizendo que reunira todos os seus para recomendar o empreendimento. Porém, pelo fato de ser uma pessoa conhecida, precisava dizer que não estavam todos lá, porque a Luiza, sua filha, estava no Canadá. Ficou mais ou menos assim: “por isso fiz questão de reunir toda a minha família, menos Luíza que está no Canadá, para recomendar esse empreendimento que eu assino embaixo”. 

Há um quê de inusitado aqui. Com apenas 30 segundos, o menos sempre é mais. Porém, nesse caso, coube uma explicação, um senão (menos a Luíza que está no Canadá), algo difícil de ver em publicidade. 

O fato é que, em três dias, ninguém mais aguentava ver e ouvir falar “menos Luíza que está no Canadá”. Era: boa noite a todos, menos pra Luíza que está no Canadá; todo Mundo Odeia o Cris, menos Luíza que está no Canadá; todo mundo vai aproveitar a promoção, menos Luíza que está no Canadá. Sobrou brincadeira até para o Magazine, que ficou só com esse nome, porque Luíza estava no Canadá.

A questão é que esse é um fato raro, inusitado, mas não alheio ao processo que leva e potencializa o boca a boca. *Este sempre segue as regras da viralização. O que muda é a velocidade de “contágio” e duração.*

Então, dentro desse contexto, surge uma indagação: Por que viralização? Exatamente porque a propagação da mensagem segue a ordem e as regras de uma epidemia / pandemia. 

Malcolm Gladwell, no livro O Ponto da Virada (além de outros), traz uma série de estudos que nos mostra exatamente como esse processo se dá e quais são as condições e atores necessários. O boca a boca é resultado da condução desse processo e da atuação desses atores. E cuidado: as fake news são trabalhadas nesse âmbito, também. E chegam forte, parecendo ser verdades absolutas.

Segundo o citado autor, então, são três itens básicos que compõem a estrutura da disseminação de ideias: a regra dos eleitos (composta por comunicadores, experts e vendedores), a Fixação e o Contexto (Regras dos 150 e ambiente).

Quando entendemos essas questões e agimos segundo as características de uma epidemia (transformando-a em epidemia social), a chance de nossas mensagens ganharem potência e poder de alastro ficam muito maiores. 

Pense nisso, se quiser, é claro!

 

Prof. Ms. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior 


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