Colunista

Quando batem em nossa porta

Segundo Peter Senge, na parábola do sapo escaldado, quando se coloca um sapo em um recipiente com água em temperatura natural e leva-o ao fogo, o animal morre cozido, exatamente por não perceber as mudanças que se apresentam no ambiente (que fique claro que eu não tirei a prova disso e nem o farei).

Por outro lado, ainda segundo a história, se um sapo for jogado em um recipiente com água quente, ele pula (também prefiro ficar sem testar se é verdadeiro, ou não).

Porém, o que essa parábola tem de importante é nos mostrar que muita gente vive dessa maneira. Vai tocando os dias sem entender a marcha, sem perceber as mudanças no ambiente. É o que falávamos sobre o mundo comum, a zona de conforto perigosa, no artigo anterior. Assim, não enxergarmos novos caminhos. E, para que possamos adentrar em nova jornada, em mudanças ricas e importantes em nossa vida, precisamos identificar uma oportunidade. E ela pode ser trazida por outra pessoa, por uma situação que se apresenta, dentre tantas outras possibilidades.

Por exemplo, no filme Matrix, Anderson (Neo), recebe uma visita em sua casa. Uma moça, com uma tatuagem de um coelho, em alusão à história Alice no País das Maravilhas, entrega-lhe um convite. E, a partir daí, por ele aceitá-lo, a história continua (mais ou menos o que diz Guilherme Arantes, em Brincar de Viver: “você verá que é mesmo assim / que a história não tem fim / continua sempre que você responde sim”).

Essa primeira aceitação, que, na verdade, ainda não é a de entrar na jornada, mas de entender o que está por vir, de identificar uma nova oportunidade, abre caminho para um entendimento maior dos problemas que se vive. É como se alguém chegasse ao sapo e dissesse: “Cara, a temperatura está subindo. Você não está sentindo?”. Ou, também, se houvesse um termômetro para medir a tal temperatura. Ainda, é como se a Carolina, da canção de mesmo nome, do Chico Buarque, entendesse que a rosa morreu, que a festa acabou e que o barco partiu. Enfim, que amor guardado em seus olhos tristes, já não mais existe. Há, aqui, um aumento do nível de consciência dos problemas que se vive naquele momento.

Por conta disso, podemos, então, enxergar novos caminhos, novas estradas, novas possibilidades, novas oportunidades. E claro que, ao clarear uma nova visão, novas ameaças também se apresentam. Aquilo que temos de melhor e nossas fraquezas, também, se fazem presentes. 

Nesse momento, então, a inquietação nos assola. É hora de colocarmos na balança os prós e os contras. O grande perigo, aqui, é estarmos no modo automático. Nesse caso, a resistência à mudança poderá falar mais alto.

Pense nisso, se quiser, é claro!

 

Prof. Ms. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior 


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