A cidade de Guaíra deu mais um passo importante rumo a um trânsito mais seguro, humano e organizado. Na última reunião do Conselho de Planejamento e Mobilidade Urbana (CONCIDADE), realizada no dia 2 de junho, no Ganha Tempo “Antônio de Jesus Marques”, conselheiros, representantes do poder público e membros da sociedade civil se reuniram para discutir e encaminhar pautas relevantes que impactam diretamente o dia a dia da população.
A reunião começou com a apresentação do balanço da campanha “Maio Amarelo”, conduzida nas escolas municipais. A conselheira Tatiana Caliman destacou a importância da ação educativa voltada para crianças e adolescentes, ressaltando que, se ao menos uma criança levou a mensagem para casa, o esforço já valeu. O conselheiro Luís Tanaka reforçou a necessidade de que a mensagem sobre segurança no trânsito seja constante, para que se transforme em cultura.
Em seguida, surgiram preocupações sobre a fiscalização de bicicletas elétricas e ciclomotores de até 1000 watts, que hoje esbarra na ausência de regulamentação federal. Para contornar essa limitação, foram sugeridas ações educativas nas escolas e reuniões com pais de alunos, visando envolver toda a comunidade. A chefe do DEMUTRAN, Alécia Sousa, informou que ciclomotores acima de 1000 watts devem ser regularizados até o final de 2025, e que um novo convênio com o Pátio de Veículos de Barretos já está sendo providenciado para atender essa demanda.
A pauta também abordou melhorias estruturais, como o processo de concessão da Área Azul, que ainda está em fase inicial, e a aquisição de novos semáforos, cujo edital está pronto e deve ser licitado em breve. O Plano de Mobilidade Urbana, uma das prioridades do município, teve seu primeiro edital impugnado por questões formais e será republicado nos próximos dias. O presidente da AGEA, Lucas Morsoleto, colocou a entidade à disposição para viabilizar um convênio com o CREA, citando o exemplo bem-sucedido da cidade de Osasco.
Um dos anúncios mais aguardados foi a construção de 15 equipamentos de segurança viária, entre faixas elevadas e lombadas. Segundo Tatiana Caliman, os pontos foram definidos com base em critérios técnicos e nas demandas da população. A conselheira Alini Lima destacou a importância dessas faixas, especialmente para idosos e pessoas com baixa visão, sugerindo a feira livre da Avenida José Flores como um dos locais prioritários. Já o secretário Caio César Vinhal Ribeiro lembrou da necessidade de demarcação de faixa divisória na Rua 10, por conta do grande fluxo de veículos durante a noite, devido ao comércio local. O conselheiro Reginaldo Barbosa sugeriu a proibição de estacionamento em um dos lados da via, proposta considerada pertinente pelo prefeito Junão, que determinou a realização de um estudo técnico.
Outro ponto debatido foi a situação da Rodoviária Municipal. O prefeito destacou as recentes melhorias no local, como a reforma dos banheiros, pintura, retirada de grades, ações sociais com moradores de rua e a revitalização geral do espaço. A construção de uma nova rodoviária, no entanto, foi descartada devido à baixa demanda atual de empresas de transporte. Com o fim da licitação de placas e tintas, a expectativa é de que a sinalização em toda a cidade seja reforçada.
Demandas pontuais também foram apresentadas pelos conselheiros. Lucas Morsoleto sugeriu tornar a Rua 32A, na Cecap, via de mão única, o que gerou discussões sobre a desobediência frequente à sinalização. Tatiana Caliman relatou problemas semelhantes no bairro Reinaldo Stein, onde motoristas trafegam na contramão. Foi informado ainda que o trailer de garapa será substituído nas próximas semanas. O conselheiro Luiz Tanaka cobrou o conserto das calçadas na Avenida Perimetral do Vivendas, e o prefeito afirmou que os reparos serão feitos após a conclusão das obras de esgoto na região. José Milton voltou a alertar para o descarte irregular de lixo em vias públicas, criticando o que chamou de “problema cultural”, com apoio da conselheira Alini Lima. Já Rosimeire Germano alertou sobre a alta velocidade dos veículos de entrega, especialmente os de aplicativos, que circulam sem controle pela cidade.
Entre as pautas programadas, uma indicação do conselheiro Lincoln sobre a Lei Municipal nº 3.017/2021, que trata da alienação de parte do passeio público das calçadas, foi adiada devido à sua ausência e será retomada na próxima reunião. Já a proposta de faixas elevadas foi amplamente debatida, com o compromisso do Departamento de Mobilidade de dar continuidade às campanhas educativas e às intervenções físicas.
Ao encerrar a reunião, o presidente Antônio Manoel da Silva Júnior agradeceu a presença de todos e reforçou a importância da participação coletiva nas decisões que constroem uma cidade mais segura, organizada e acessível. A próxima reunião ordinária está marcada para o dia 7 de julho, quando as deliberações devem continuar com foco no bem-estar da população guairense.
