A raposa tomando conta do Galinheiro!

Editorial
Guaíra, 16 de maio de 2021 - 10h51

A frase do título deste editorial é amplamente usada nos meios políticos, onde existe o poder, e quer dizer exatamente o que diz: quando se delega a um dos corruptos ou contraventores a missão de cuidar daquilo que é a fonte de corrupção, de fraude ou de crime.

Lembram-se da fábula da Raposa? Em poucas linhas, somente para refrescar a memória de alguns, reza a lenda que havia um grande galinheiro onde todos viviam em paz, até que chegou uma raposa e propôs:  “Amigos, por favor, não se assustem, nem tenham medo de mim. Agora, sou uma raposa regenerada, assim como as companheiras do meu bando. E em nome delas vim aqui especialmente para fazer uma proposta! Hoje, estamos amadurecidas e resolvemos mudar de vida. Transformamo-nos em raposas boas e respeitadoras de todos os galinheiros. Queremos apenas um lugar sossegado como este galinheiro. Sabe, amigas, gostaríamos muito de vir morar aqui com vocês! Como retribuição, nos comprometemos a assumir todo o trabalho do galinheiro. Já imaginaram? Terão uma vida confortável, porque nós cuidaremos de tudo,  eu e o meu bando assumiremos também a segurança total do galinheiro. Iremos protegê-las de todos os perigos. Não será uma maravilha?!”

E, à medida que o tempo passava, as coisas foram-se acomodando e tudo pareceu confirmar o que havia sido pactuado: as raposas trabalhando e tratando a todos com zelo e  cordialidade; e as aves curtindo as maravilhas da nova vida. 

Até que, em uma noite, as raposas se abateram de surpresa sobre as aves e foram devorando uma a uma, sem dó e nem piedade. Assustadas, elas tentaram fugir, mas em vão, porque eram presas fáceis para os temíveis animais.

Um galinho garnizé, tremendo de medo, e que fora um dos mais entusiastas do pacto com as raposas, conseguiu perguntar à que havia arquitetado todo o plano: “Dona raposa, nós não as acolhemos tão bem no galinheiro? Por que agora estão fazendo isso conosco?” 

“Ora, ora, seu bobinho, simplesmente porque não podemos negar a nossa natureza de raposas!”- respondeu lambendo os beiços e olhando-o bem fixamente nos olhos. 

Exemplos? Temos alguns, por aqui mesmo, mas vamos ficar com o Senador Renan Calheiros sendo o relator da CPI que investiga os desvios de verbas na pandemia. 

 


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