Boatos ou fofocas são notícias que uma pessoa conta para outra, com dados distorcidos (em sua maioria aumentados, ou inverdades, ou ainda tira conclusões de algumas palavras que ouviu). São uma hipótese baseada em dados deficientes e falsos, por exemplo, vimos alguém passando, alguém falando e sorrindo para alguém e logo concluímos que fulano está indo se encontrar com… ou que sicrano está “cantando” alguém…
Basta pouco, pouco mesmo e lá vai a história inteira, baseada em fatos minúsculos: um passar, um sorrir, um falar. Como se vê, é preciso muita imaginação para fazer fofoca ou passar à frente um boato…
Boatos como esse estão presentes em todas as sociedades do planeta e envolvem, na sua propagação, indivíduos de qualquer idade e estado social. O conteúdo, a dimensão e as consequências da mensagem variam segundo as condições do momento em que ela circula. Se um boato se espalha é porque encontra eco nos ouvintes, ou seja, para eles, naquele instante, a história faz algum sentido – não soa como mentira, mas sim como algo crível. Os pesquisadores que estudam o tema não têm dúvidas: trata-se de um fenômeno universal, permanente e necessário para a organização social.
Boatos, fofocas e variantes constituem os meios de comunicação de massa mais antigos da humanidade. Mesmo antes da invenção da escrita, os homens transmitiam e recebiam informações na base do ouvir-dizer.
O boca-a-boca era a melhor maneira de reforçar comandos dentro do grupo, repreender comportamentos e anunciar decisões. O aparecimento da imprensa e, posteriormente, do rádio e da televisão não estancou a troca informal de notícias entre as pessoas. Ao contrário: a mídia impressa e eletrônica, especialmente a internet, passou a fornecer matéria-prima para o diz-que-diz, além de facilitar a propagação de todo tipo de notícias fantasiosas – como no caso da história das seringas contaminadas.
Vamos ficar atentos!