Ah, a clássica arte de fazer cortesia com o chapéu alheio. Essa prática é quase um esporte social! Imagine a cena: alguém aparece com um chapéu elegante, e lá vai outro oferecendo o mesmo chapéu como presente — só que usando a cabeça de um terceiro. É uma demonstração de generosidade… com o bolso dos outros, claro.
No dia-a-dia, esse comportamento é mais comum do que se pensa. Quem nunca teve aquele amigo que organiza uma festa incrível em sua casa, mas esquece de mencionar que a comida e a bebida vieram da geladeira dos pais? Ou então, o colega no trabalho que promete ajudar todo mundo a sair mais cedo, mas delega todas as tarefas para os outros? É fácil ser generoso quando o sacrifício não é nosso.
Esse hábito não se restringe a grandes eventos; ele também aparece em coisas pequenas. Como quando emprestamos o carro do amigo para dar aquela carona, ou quando oferecemos um presente para o namorado ou namorada usando o cartão de crédito dos pais. E vamos ser sinceros: até dá uma pontinha de inveja da cara de pau, não é mesmo?
Mas, talvez o que falte mesmo seja um pouco de responsabilidade e consideração. No final das contas, é sempre bom parar e pensar: “De quem é esse chapéu que estou oferecendo?” Afinal, cortesia é ótima, mas o chapéu, literalmente e figurativamente, deve ser sempre o nosso. Isso garante que nossa generosidade tenha raízes genuínas e que não estejamos apenas gastando o que não é nosso para dar a impressão de que somos os mais gentis da turma.
Portanto, da próxima vez que você decidir fazer uma cortesia, certifique-se de que o chapéu é seu, ou que, pelo menos, você tem permissão para usá-lo. E se alguém vier oferecendo o dele, fique atento. Afinal de contas, chapéus não caem do céu, e a conta da gentileza pode acabar saindo mais cara do que se imagina.