Dia da mulher!

Editorial
Guaíra, 16 de março de 2020 - 10h49

É muito comum atribuir a origem da data escolhida para celebrar  a mulher e relacioná-la ao incêndio ocorrido em Nova York, no dia 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens, que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.

Hoje, a preocupação envolvendo a mulher é outra! Deixou-se de lado a luta por melhores salários (o da mulher sempre foi menor) e deixou-se também a luta pelas más condições de trabalho.

A luta agora é pela vida!

Feminicídio é a tônica do momento!  Este crime de ódio mata oito mulheres por dia no Brasil

A data de hoje tem duas vertentes: uma para comemorar e neste item há, por toda parte, mulheres reunidas celebrando a data, celebrando a vida!

Na outra ponta, um número enorme de mulheres assassinadas devido à subalternidade ou ao entendimento por parte do assassino, de que aquela mulher tem menos direito que ele e que aquela mulher lhe deve obediência total e ele tem o direito de vida ou morte sobre ela. Então, ele mata.

Uma das desculpas mais comuns nos crimes de feminicídio é aquela de os homens esclarecendo que fizeram aquilo por amor, por ciúme, por um momento de descontrole e que se arrependem.

Não foi por amor. Ninguém mata por amor. Não foi por ciúme. Foi por possessividade. Foi porque alguns homens estão acostumados a achar que as mulheres são propriedade deles, e quando isso não acontece eles simplesmente não aceitam.

Para ser mulher é preciso ser forte, porque a  vida está ameaçada a todo momento. A cada relacionamento novo, é um medo diferente. A cada transporte público, é um receio novo. A cada ida e volta ao trabalho, faculdade, colégio, festa, bar ou o que quer que seja, é uma nova aflição. Foi tirado da mulher o direito de ir e vir quando começaram a matá-las!

Os sinais do feminicídio começam nos primeiros indícios do relacionamento abusivo. Quando ele começa a controlar sua roupa e seus amigos. Ou quando ele a coloca para baixo e a faz se sentir culpada. De lá para o feminicídio tudo acontece tão rápido que não dá nem pra perceber.

Hoje é dia de comemorar sim, mas também é dia de denunciar! Vamos à luta!

 


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