Se tem uma coisa boa para se tirar da greve dos caminhoneiros é a discussão que se levantou em todo Brasil. Qual é o papel da Petrobras no país?
Nos últimos dois governos, a estatal foi tocada com políticas extremamente opostas. Mas qual seria a mais indicada para a gente?
Com Dilma, a empresa foi obrigada a manter os preços dos combustíveis congelados para manter a inflação artificialmente baixa, especialmente no ano de eleição. Como o petróleo bateu 100 dólares no período, o prejuízo para a empresa foi de 55 bilhões de reais, fazendo com que a Petrobras chegasse a 513 bilhões de prejuízo total, o maior de toda história do capitalismo.
Com Temer, a política foi extremamente oposta, com interferência zero do governo. A empresa poderia tomar as decisões que quisesse, e o preço variava de acordo com o mercado internacional. Isso melhorou consideravelmente a saúde financeira da empresa. Em apenas 2 anos, a dívida caiu para 376 bilhões, e seu valor de mercado pulou de 97 para 360 bilhões de reais.
O problema é que toda essa recuperação tem um custo e apenas o consumidor final é que está pagando por ele.
Abre parênteses: agora vocês entendem o pato amarelo da FIESP? Pagar o pato? Sacaram? Hein, hein? Fecha parênteses.
Para se ter uma ideia, os combustíveis já tiveram 121 aumentos de 2015 pra cá, em um total de 55,6%. Muito acima da inflação.
A greve dos caminhoneiros despertou debates interessantes para nossa sociedade. Se as mídias sociais parassem com a idiotice do “meu governo foi melhor que o seu” e “foi pra isso que bateram panela”, iriam descobrir isso. Temos a oportunidade de discutir sobre o grau de interferência estatal, a carga tributária excessiva do governo e o desenvolvimento de energias alternativas para o nosso país.
Que tal pautar nosso candidato em 2018 em pessoas que realmente têm interesse em discutir esses assuntos?