Adriana Ancelmo, ex-primeira dama do Rio de Janeiro, esposa de Sergio Cabral, foi condenada a 18 anos e três meses de reclusão por lavagem de dinheiro e participar de organização criminosa.
O juiz determinou que ela cumpra sua pena em regime inicial fechado. Atualmente, Adriana cumpre a prisão preventiva domiciliar, em seu apartamento no Leblon, zona sul carioca, mas como a legislação possibilita apelação em liberdade até condenação em segunda instância, ela deverá permanecer em seu imóvel até decisão colegiada. O juiz considerou, na sentença, que Ancelmo foi mentora dos esquemas ilícitos, ao lado do marido.
Segundo o magistrado que a condenou: “Foi também diretamente beneficiada com as muitas práticas criminosas reveladas nestes autos. Ao lado de seu marido, usufruiu como poucas pessoas no mundo, os prazeres e excentricidades que o dinheiro pode proporcionar, quase sempre a partir dos recebimentos que recebeu por contratos fraudulentos celebrados por seu escritório de advocacia, com o fim de propiciar que a organização criminosa que integrava promovesse a lavagem de capitais que, em sua origem, eram frutos de negócios espúrios.”
Adriana era uma cliente bastante exigente com a qualidade das joias que comprava, segundo a diretora comercial da joalheria HStern, Maria Luiza Trotta. Nos tempos áureos, antes de ser presa, a advogada teria se cansado de diamantes brancos e se interessado apenas pelos amarelos.
“Ela me levou num quarto e me mostrou vários brincos de diamante branco, mas que agora só queria amarelo. Foi então que providenciamos um par de brincos de R$ 1,8 milhão que ela comprou. Ela deu um antigo dela na troca e a diferença de R$ 600 mil foi paga em três parcelas, que Carlos Miranda pagou em dinheiro na loja”, acrescentou.
A delatora contou ainda que o casal pedia discrição e que não queria notas fiscais nem que seus nomes estivessem nos registros nas lojas.
Enquanto isso, os cariocas morrem nas filas dos hospitais sem assistência e os cidadãos sofrem com a violência que campeia solta na Cidade Maravilhosa (nem tão maravilhosa assim).