Os advogados do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fizeram um grande alarde, nesta semana, declarando que a petição de Lula contra o juiz Sergio moro havia sido aceita pela ONU e que a Organização das Nações Unidas estaria pedindo explicações ao governo.
As evidências apresentadas na ação contra Moro se reportam, dentre outras coisas: “à privação da liberdade por cerca de 6 horas imposta a Lula em 4 de março de 2016, por meio de uma condução coercitiva sem qualquer previsão legal; ao vazamento de materiais confidenciais para a imprensa e à divulgação de ligações interceptadas; a diversas medidas cautelares autorizadas injustificadamente; e, ainda, ao fato de Moro haver assumido em documento enviado ao STF, em 29/03/2016, o papel de acusador, imputando crime a Lula por doze vezes, além de antecipar juízo de valor sobre assunto pendente de julgamento.”
Porém, não foi bem assim que tudo ocorreu. A ONU deu sua versão verdadeira e afirmou que toda petição sempre é recebida e analisada quanto sua urgência.
Assim, não se pode considerar que a entidade considerou sua admissibilidade. O julgamento completo do caso pode levar cinco anos, ou até mais. Isso apenas significou que a ONU irá “olhar” o caso.
Ou seja, podemos dizer que admitir o documento é praxe. Não há avanço nenhum em favor de Lula, uma vez que, afinal, a denúncia foi apresentada. Este caso está parecendo aquela história de pescador, sobre o tamanho do peixe, sabe como é?
O que se sabe é que a novidade tem importância meramente cenográfica. Serve para que Lula faça no estrangeiro a sua pose preferida de “o perseguido”. Por aqui, em terras brasileiras, a atitude dos advogados do ex-presidente apenas potencializa em procuradores e magistrados o sentimento de que chegou a hora de demonstrar que ninguém está acima da lei no país.
Será que Lula não sabe que atitudes desesperadas não possuem um bom efeito colateral?