Rodrigo Rocha Loures foi criado como príncipe. Todos o viam assim. Educado, elegante, extremamente simpático e prestativo. Filho de uma tradicionalíssima família curitibana, daquelas cujo sobrenome abre portas, independente do dinheiro, cheio de primos e de tios, frequentador dos dois clubes da elite local, etc. e etc.
E Rodriguinho, um bom sujeito, trazia um segredo conhecido e pouco dito pela elite local. Príncipe herdeiro de uma família respeitada e querida, ele é o filho do único Rocha Loures. Antes de ser anteparo para Michel Temer, Rodriguinho serviu para limpar a barra do pai.
Encontraremos Rodrigo em São Paulo, em 2000, voltando da Europa com as barrinhas de cereal e dinamizando a empresa do pai, empresário polêmico e falido. Lança as barrinhas “Nutry” e dinamiza a empresa que seu velho havia quebrado alguns anos antes ao perder contratos do governo federal.
A primeira experiência empresarial de Rodriguinho foi exitosa e feliz. E mostrou aos curitibanos e à própria família uma diferença imensa entre ele e o pai. Apesar de profundamente ligados, numa relação quase perfeita, o filho demonstrava mais cuidado nas relações humanas e mais seriedade no trato empresarial. Passaram a ser o Rodrigo bom e o Rodrigo mau.
“Rodriguinho nunca fumou maconha, nunca mentiu, nunca ficou de recuperação, nunca tirou nota baixa, foi um menino exemplar, estudou no exterior, era o genro que toda sogra sonhava. As tias velhas estão sedadas, tá todo mundo de óculos escuros na família Rocha Loures, um chororô geral. É como se encontrassem o papa Francisco numa boate gay na periferia de Roma”, afirma um político paranaense. “Quando o Temer disse que ele tem boa índole, talvez tenha dito a única verdade em toda sua vida!”.
Pois é. Em muito poucas horas, pelas trapaças da sorte e pela caneta de outro curitibano, o ministro Edson Fachin, ele deixará de ser príncipe para ser um sapo. Um sapo na gaiola, por obra e graça das imagens inesquecível de algo nada nobre: a corridinha malandra, a mala cheia de dinheiro sujo, na porta de uma pizzaria, no bagageiro de um táxi, na noite paulistana.
Agora, o Rodriguinho está mal, preso, numa cela sem janelas! Precisa não só de sol, mas também cuidados médicos. Um príncipe sem coroa.