Se o mal do século XX foi o comunismo, as fake news estão bem posicionadas para ganhar o título nesse século.
Cada vez mais as pessoas, independente da idade, usam as redes sociais como principal fonte de informação. Mais que isso, leem apenas o título da reportagem e basta.
E tem mais: se apareceu na internet, é verdade.
As pessoas parecem desejar ser enganadas. Bastam palavras bonitas, um charme canastrão e, pronto! Grandes psicopatas conseguem o que querem.
A história da vez é Dr. Bumbum. Um médico sem licença para clinicar no Rio de Janeiro, atuando com a mãe médica, mas com sua licença caçada desde 2015, fazendo procedimentos estéticos na sua própria casa. Fazia vídeos que postava para mais de um milhão de seguidores, espalhados por seus canais do YouTube, Instagram e Facebook.
Com oito passagens pela polícia, uma delas por homicídio, Dr. Bumbum não se fazia de rogado: criava títulos, inventava especialidades que não existem, divulgava terapias alternativas nunca antes descritas e quando confrontado, dizia que “a indústria farmacêutica impedia a divulgação da sua técnica, pois iria perder muito dinheiro”.
Uma simples pesquisa na internet seria suficiente para que se descobrisse a farsa. Um mínimo de bom senso mostraria que um simples laptop não conseguiria avaliar milhares de parâmetros como ele mostrava.
Mesmo assim tinha centenas de pacientes que se dispunham ir de todos os cantos do país e pagar 20 mil reais por um procedimento estético.
Quando criada, a internet era tida como a maior arma contra a desinformação, já que o acesso era simples e universal. Mas mostrou-se que quando se mistura com o ser humano e toda sua complexidade, a internet pode ser uma arma terrível.
A diferença entre o remédio e o veneno é a dose.