Até as televisões brasileiras estão se dobrando à economia liderada pelo mundo Agro. Quem assiste, com atenção, aos comerciais da mídia, está notando que há uma valorização dos produtos vindos da Terra.
Na verdade, estão dando valor agora, ao que nós, de Guaíra, já vínhamos sentindo na pele desde muito tempo: a agricultura move a economia de modo que se ela vai bem, todo o resto também vai bem: comércio, escolas, restaurantes, etc.
No entanto, as autoridades “lá de cima” ainda não se deram conta de que é preciso olhar com mais atenção para este setor.
Bastou chover um pouco mais do que o esperado e parte da supersafra brasileira de soja corre o risco de “micar” no País sem conseguir chegar aos portos. Ela está encalhada nos 100 km não asfaltados da BR-163, a rodovia que é hoje a principal ligação entre uma grande zona produtora do grão, no Mato Grosso, e os portos do Norte do País.
“Dinheiro que estava na mesa, de uma grande colheita, está indo para o ralo, nos buracos das estradas”, lamentou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Dá pena de ver”.
Segundo Maggi, o produtor que vende a soja precisa entregá-la no prazo, no local definido pelo comprador. Diante do atraso no escoamento da produção local, a alternativa é, muitas vezes, adquirir soja de outros países produtores, como Estados Unidos e Argentina, para honrar o contrato.
“E aquela soja brasileira que iria para esse comprador fica ‘micada’ aqui”, explicou o ministro, um dos maiores produtores de soja do País.
A estrada será aberta para a passagem de caminhões por períodos. Depois, o trânsito será interrompido para que as máquinas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes possam aplainar novamente a pista. E assim sucessivamente, num esquema “stop and go”.
Se não houvesse tanta corrupção, haveria estradas decentes neste país.