O mundo real e o imaginário

Editorial
Guaíra, 23 de julho de 2017 - 08h45

Desde que foi denunciado pela Procuradoria-Geral de República por corrupção passiva, o presidente Michel Temer tem tentado adotar um discurso otimista, com pronunciamentos praticamente diários em agendas positivas para o governo.

A realidade fora do Palácio do Planalto, no entanto, é bem diferente da retratada nos discursos do presidente, que tem popularidade de apenas 7%, a pior para um ocupante do Planalto nos últimos 28 anos, segundo o Instituto Datafolha.

No mundo real, o governo acaba de anunciar um aumento de impostos sobre os combustíveis e um corte de R$ 5,9 bilhões do orçamento. O Planalto teve que recorrer a liberações de verbas e trocas de parlamentares para vencer a votação sobre o prosseguimento da denúncia contra o presidente, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Temer viu afundar a discussão sobre a reforma da Previdência, teve dois ex-ministros muito próximos a ele, além de assessores palacianos, presos, e pode ser alvo, a qualquer momento, de novas denúncias da PGR.

Por que será que os políticos tendem a ver e ouvir somente o que eles querem?

Na política do nosso município também existem pessoas que tendem a enfiar a cabeça no buraco para não ver o que está acontecendo à sua volta.

Até parece que não estamos com uma nova administração. A impressão que se tem é que pouco, ou nada, mudou. As reclamações continuam as mesmas. É aquela velha história: “mudam-se apenas quem mama, as tetas continuam as mesmas.”

Nas administrações passadas batemos sempre na tecla de se colocar nos cargos de chefia pessoas especializadas, educadas, capacitadas, e não aquelas que colaboraram na hora do voto. A consequência está aí, a olhos vistos, só não vê quem não quer.


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