Todos sabem o apego de muitos partidos às estatais. Não apenas por convicções ideológicas ultrapassadas do Estado que “cuida” de tudo e de todos, mas também por motivos muitas vezes inconfessáveis.
Passou que meio despercebido, com tramitação relâmpago o que nossos representantes da câmara federal aprovaram na calada da noite. Um projeto de lei que altera o artigo 17 da Lei das Estatais, que, no parágrafo 2.º , II, que vedava por 3 anos qualquer indicação ao para as diretorias ou Conselhos de Administração, de pessoas que foram participante e estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.
Foram subtraídos do novo texto 35 meses de quarentena, por que, segundo alguns parlamentares, o período anterior era demasiadamente extenso,” atingindo inclusive dirigentes de pequenos partidos que são impedidos por três anos de assumir qualquer cargo em um município”.
Fica difícil acreditar que a maior preocupação seja com o pequeno líder partidário que exerce seu micropoder nos confins do Brasil. O que fica mesmo, é uma forte impressão, de que os “caciques” partidários voltem a indicar seus agregados para cargos importantes nas gigantes em poder do Estado.
Se passar pelo Senado, teremos literalmente a volta de um sistema que foi, e agora está de volta, com todas as suas implicações e consequências, que já conhecemos. E assim fica a pergunta que não quer calar, valeu a pena nadar tanto contra a maré e no final morrer na praia ? Parece até aquela velha frase oxímora,paradoxal “a volta dos que não foram”, “ uma figura de linguagem que traduz o atual sentimento de muita gente, de que, mecanismos que achavam-mos estarem extintos, estavam na verdade, apenas em “stand by”,esperando e articulando nas sombras.