É uma pergunta que todos nós já ouvimos em algum momento de nossas vidas: “O que você quer ser quando crescer?” Desde a infância, essa indagação nos acompanha, e nossas respostas variam ao longo dos anos, refletindo nossos sonhos e aspirações. Alguns de nós somos como aquela sobrinha que desde cedo soube que queria ser médica e seguiu firme nesse caminho até se tornar uma. Mas, além de simplesmente realizar uma profissão, o que mais importa é o legado que deixamos para o mundo.
Em nossa jornada, a trilogia do “ter, fazer e ser” assume um significado profundo. Primeiro, vem o “ser”: o reconhecimento de quem somos interiormente, nossa vocação mais profunda, aquilo que nos move e nos inspira. Ser médico, por exemplo, não é apenas uma ocupação, mas uma vocação para servir aos outros.
Após o “ser”, entra em cena o “fazer”. É a fase de concretização de nossos objetivos, onde nossos desejos provenientes da alma e do coração ganham vida. Por fim, o “ter” se torna uma consequência natural de uma vida dedicada a uma atividade que traz realização interior, seja ela financeira, social ou psicológica.
No entanto, quantos de nós, não fazem o que verdadeiramente amam? Muitos acabam trilhando caminhos que detestam, lamentando sua sorte e vivendo na infelicidade. O medo de arriscar ou a busca por segurança financeira podem nos afastar dos nossos sonhos. No entanto, a chave para a realização está em alinhar o que fazemos com o que amamos ou aprender a amar o que fazemos, de modo que o trabalho não seja uma carga, mas uma fonte de satisfação.
Uma maneira de verificar se estamos no caminho certo é projetar e avaliar como nosso esforço impacta a vida das pessoas ao nosso redor. Aqui reside a diferença entre propósito e legado. Enquanto o propósito está ligado a nossas razões internas, o legado é o que deixamos no mundo exterior, resultado do que fizemos ou planejamos fazer.
Imagine-se no fim da vida, olhando para trás com satisfação e convicção de que suas escolhas foram acertadas. Essa é a sensação de ter construído um legado. O filme “O Resgate do Soldado Ryan” captura essa ideia de forma tocante. O soldado Miller, ao salvar Ryan e antes de morrer, diz: “faça por merecer”. No futuro, Ryan se pergunta se fez por merecer, e sua esposa responde afirmativamente, destacando sua bondade e esforço.
É um exemplo inspirador de como nosso legado é moldado por nossas escolhas diárias, especialmente na carreira. O legado é o que deixamos como marca indelével de nossa passagem por este mundo, e isso vai além de simplesmente seguir uma profissão. Envolve servir aos outros, impactar vidas e fazer escolhas que estejam alinhadas com nossos valores mais profundos.
Em nossa busca pelo significado e propósito, devemos nos questionar: Qual será o nosso legado? Que marca queremos deixar? Cada um de nós tem o poder de moldar seu próprio legado, fazendo escolhas conscientes e agindo de maneira coerente com nossos valores. Não se trata apenas do que fazemos, mas do impacto que causamos nas vidas das pessoas e no mundo ao nosso redor. Portanto, escolhamos com sabedoria, vivamos com propósito e construamos um legado que valha a pena ser lembrado.