27 de março de 2107: Em uma articulação ainda nebulosa, os irmãos JBS armam uma conversa com Temer, revelando sua anuência com o pagamento de uma mesada para Eduardo Cunha ficar calado. Gravam tudo escondido.

1º de abril de 2017: Surpreendendo muitos, Renan Calheiros faz pesadas críticas à Temer, se colocando contra as reformas que ele mesmo sempre defendeu. Não resta outra opção à Temer a declarar sua retirada de apoio à Renan.

15 de abril de 2017: Temer e a cúpula do PMDB decidem que Renan tem que deixar o cargo de liderança do partido. Fica decidido sua exclusão na próxima eleição do partido dali a 45 dias.

16 de maio de 2017: Faltando menos de duas semanas para a eleição do PMDB, as gravações dos irmãos JBS são divulgadas junto com as malas marcadas com chip. Temer se vê encurralado pelas denúncias.

26 de maio de 2017: Tentando se livrar das denúncias, Temer troca o ministro da Justiça por um nome mais disposto a atacar a Polícia Federal e tentar conter a Lava Jato. O problema é que o ministro da Justiça antigo iria voltar para o congresso e seu substituto é exatamente o deputado que levou a mala com o chip da PF cheia de dinheiro. Ou seja, iria perder o foro privilegiado. Para evitar isso, Temer indicou o antigo ministro da justiça para o ministério da transparência.

29 de maio de 2017: Com um apertar de botão, Renan Calheiros virou o jogo. Com a crise deflagrada com as delações, boa parte do PMDB fugiu de Temer e reelegeu Renan líder do partido novamente. O ministro da Justiça, que iria para a pasta da transparência, surpreendendo Temer, anunciou que não aceitaria o cargo e retornaria ao congresso, deixando o deputado da mala sem foro privilegiado e o jogando no colo de Moro.

Se você acredita em coincidências, eu não. Que Eduardo Cunha que nada, Renan Calheiros é o articulador mais poderoso!