Entrevista da Semana

Lorran Jordy Tosta e seu amor pela dança

Cidade
Guaíra, 23 de setembro de 2018 - 07h31

Lorran Jordy Tosta, tem 24 anos, é guairense e reside com a avó e com a mãe. Tímido e extremamente simpático, Lorran não usa meias palavras ao se referir ao seu tio e mentor – o saudoso Ney Tosta – que o levou para os palcos e para a dança. Faz questão de participar ativamente, dançando, nos festivais que organiza.

 

Onde você trabalha hoje?

Hoje trabalho na Usina como Analista Gerencial de Custos e Orçamento, que é a parte de custo agrícola. Gosto muito do que faço.

 

Quando começou a dançar?

Comecei a dançar com cinco anos de idade, junto com meu tio,  fazia apenas como um hobby,  mas depois me apaixonei. Fui para Barretos em 2010, fiz um ano de aulas lá, porém precisei voltar para Guaíra devido ao trabalho, mas voltei a praticar a dança o ano passado em Barretos também.

 

Então tem aulas de dança?

Em Barretos sou aluno da Guta Bampa Ballet.  Aqui em Guaíra esse é o meu terceiro ano como professor na Casa de Cultura. Atendo atualmente aproximadamente de 100 a 150 alunos durante toda a semana, são crianças de três anos,  adultos e idosos acima de sessenta anos.

 

O que você traz dentro de si que herdou do Ney?

Tudo! Eu tenho muitas referências que aprendi com o meu tio. Para desenvolver as coreografias, por exemplo, pesquiso muito, como ele fazia, tento trazer as histórias vividas pelas crianças no seu  dia a dia. Então, no balé infantil trago sempre os contos de fadas:  Quebra Nozes, Cinderela, etc. O espetáculo “Cabaré”  que fizemos no ano passado, foi uma releitura  de 10 anos atrás, porque foi exibido  em 2008. Dancei com meu tio, completou-se 10 anos dos dois espetáculos: o Quebra Nozes e o Cabaré. Isso me realizou demais! Na verdade, meu tio representou tudo na minha vida, não tenho nem o que falar, porque a educação, aquela base necessária eu tive com ele, que me deixou tudo isso. Acredito que, se ele me visse hoje, teria muito orgulho do que me tornei.

 

Há preconceitos hoje na dança quanto ao sexo masculino?

No inicio quando comecei a dançar balé os meninos sempre me “zoavam”, mas meu tio sempre conversava comigo, então quando me perguntam: “Você sofreu muito preconceito?,” “Não sofri, porque tinha meu tio, eu chegava perto dele  e falava: “Olha tio,  estão fazendo graça  comigo”. Ele respondia: “Não,  Lorran,  deixa, se você tiver que provar alguma coisa é você tem que provar para si mesmo, nada para ninguém”. Esse conselho é o que sempre tive comigo.

 

Então…

No ano passado eu dei aula para cinco alunos homens, eram adolescentes e tenho, hoje, um aluno pequenininho de 5 anos, o Enzo, que está comigo há 2 anos. Os pais dele sempre incentivaram, a mãe faz balé comigo na turma dos adultos e a  irmã faz na turma dos  adolescentes.

 

Sempre há vaga para a dança?

Ainda temos vagas para todas as idades, procuramos sempre atender a todos, o Baby Class é o mais concorrido, que é a turma dos alunos de três anos, quando não dá mesmo para encaixar, colocamos na lista de espera, se desistir alguém, já ligamos para a criança realizar o seu sonho.

 

Você tem muita empatia com as crianças, não é?

Os alunos demonstram bastante o carinho, estão sempre abraçando, beijando, inclusive quando me chamam pelo nome brinco: “o que o tio te fez?”. Toda a minha didática, pedagogia que utilizo é, na maioria das vezes, inspirada no meu tio.  Aprendi  a ser gentil e tratar bem as pessoas desde meus cinco e foram  mais de 20 anos de  convívio. A dança foi algo que eu sempre quis, porque quando cursei Administração, queria algo relacionado à dança,  era uma das minhas opções.

 

Quer agradecer?

“Quero agradecer primeiramente Deus, segundo lugar minha família que sempre me apoiou em tudo e aos meus amigos que sempre estão do meu lado batalhando comigo no dia a dia. Tenho muitos amigos, inclusive, alguns deles eu considero como irmãos. Gostaria de falar para as pessoas nunca desistirem dos seus sonhos, sempre acreditarem nelas mesmas, porque isso é importante independente do sonho.  Comecei com cinco anos, um dos pouquíssimos homens no balé e olha, consegui chegar hoje, graças a Deus se tornou uma profissão na minha vida. Agradeço demais ao meu tio, minha base, ele ainda me faz muita falta. Ele era mais que um tio, era meu amigo. Tem coisas que conversava somente  com ele,  ficava admirando sua elegância quando se vestia para sair. A família  ainda sente demais a sua falta. Agradeço, de coração,  a população de Guaíra a confiança depositada em mim!!!”


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