Estudantes ocupam Instituto Federal de Barretos contra cortes de verbas na educação

Agora
Guaíra, 31 de agosto de 2016 - 10h02

Aulas estão suspensas por tempo indeterminado e serão repostas ao final do movimento

Estudantes do Instituto Federal – Campus de Barretos – ocuparam, desde a manhã desta segunda-feira (29), as dependências do campus Barretos em protesto à PEC 241. A proposta de emenda constitucional limita os gastos em Educação, Saúde e Previdência Social pelos próximos vinte anos tirando a obrigatoriedade – hoje prevista na Constituição Federal – do investimento de, no mínimo, 18% da arrecadação de impostos federais nas áreas.

Ítalo Rodrigo de Souza Silva, que coordena o movimento, comentou que a decisão foi tomada em assembleia com votação dos alunos. “Estamos sofrendo com racionamento de água e energia por conta desses cortes que já tivemos na educação”, disse. Estão autorizados a entrar na unidade apenas o pessoal do administrativo, limpeza e funcionários de apoio para a portaria. “Os professores não podem entrar porque não é aula e sim ocupação e os alunos que estão dentro participam de debates, assembleias e oficinas”, disse Ítalo.  Segundo ele, a previsão é que o movimento dure por duas semanas, prazo em que a PEC deve ser votada.

“Enquanto não disserem que a PEC caiu não vamos sair daqui”, acrescentou. Para a ocupação, os alunos decidiram montar acampamento para dormir e se alimentar na unidade. Os portões estão com cadeados e estudantes controlando o acesso. O protesto pacífico inclui ainda faixas e cartazes contra os cortes de verbas. “Nossa ocupação é pacífica e Barretos está muito à frente na discussão da PEC e importante dizer que congela não somente as verbas da educação como da saúde”, explicou Ítalo que é também diretor da Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (FENET).

Uma comissão externa de estudantes está responsável pela alimentação e para receber doações da comunidade. “Se a população quiser ajudar será bem-vinda, com alimentos e colchonetes, que é a demanda que precisamos no momento. Pedimos compreensão da Polícia Militar e de todos porque é um movimento pacífico e não queremos causar confusão, apenas passar nosso recado”, informou.

MEDIDAS: A direção do Instituto registrou boletim de ocorrência apenas para atender questões burocráticas. “A direção é obrigada a tomar providências para restabelecer o funcionamento da unidade e a primeira é o boletim de ocorrência”, disse o diretor Sérgio Azevedo. De acordo com o documento, em momento algum houve dano no prédio e nem qualquer ato de violência contra os servidores.  A convite dos alunos, a direção está autorizada a entrar no campus para orientações e dar recados. “Estabelecemos um canal de conversa com os alunos e acredito que esse movimento possa despertar novos debates em outras unidades”, acrescentou Sérgio. Ele confirmou que as aulas estão suspensas, mas serão repostas, pois o manifesto não conta como dia letivo.

TRAMITAÇÃO: Uma comissão especial na Câmara dos Deputados aprovou em 22 de agosto requerimento para convocar audiência pública para debater sobre a PEC. (ODiárioOnline)


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