
O furto de cobre, foco dos ladrões com a retirada dos cabos usados no fornecimento de energia elétrica e de telefonia, explodiu em todo o país, em um negócio ilícito que desconhece crise e tem causado muitos prejuízos à sociedade. Traduzindo em números: em todo o estado de São Paulo em 2020 foram furtados ou roubados 1,167 milhão de metros de cabos de telefonia, segundo a Brasil Conexis Digital, entidade que representa as operadoras. A monstruosa quantia equivale a três vezes a distância da Terra até a Lua, ou 27 vezes a circunferência do globo terrestre.
Em Guaíra, não temos até o momento o valor gasto pela prefeitura para repor estes materiais, mas qualquer que seja, poderiam estar sendo destinados a saúde, educação e assistência social, e os prejuízos não são só financeiros, mas também à iluminação, telefonia, internet, e o mais grave interrupção no fornecimento de energia elétrica em postos de saúde, praças e escolas.
Vários municípios estão se movimentando para aprimorar suas leis, para inibir a ação desses criminosos, como o caso PL-0234/2021 da Câmara Municipal de São Paulo, que em sua justificativa alerta “…o que a grande maioria da população conhece são pequenas porções de fios que muitos consideram pequenos furtos cometidos em sua maioria, por usuários de drogas e moradores de ruas cooptados pelas quadrilhas…”, ou o Projeto de 01-00234/2021 do vereador da capital paulista Delegado Palumbo (MDB), que dispõe sobre fiscalização nos “ferro-velhos” estabelecimentos de comercialização de material metálico denominado sucata, como medida de prevenção e combate ao furto e roubo de cabos, fios metálicos, tampas de bueiro, placas de lápides e crucifixos de bronze e outros similares. Em Campo Grande, um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal quer determinar que a comercialização de cobre, alumínio e estanho só poderá ser realizada com comprovação da procedência do material. Na proposta, está prevista a comprovação em qualquer objeto que contenha os materiais. Inclusive em algumas das propostas impõe multas as empresas receptoras, sem comprovação de procedência, que vão de 100 mil a 1 milhão de reais e cassação do alvará de funcionamento.
Iniciativas como estas são bem vindas, para se somar aos esforços da fiscalização e da polícia no combate a essas quadrilhas. Afinal trata-se de um prejuízo milionário à toda sociedade pois as apreensões ocorrem depois que os fios de cobre já foram subtraídos e os prejuízos foram feitos, mesmo com um forte trabalho de investigação que mapeie pontos de coleta, quadrilhas e receptadores, ferros-velhos clandestinos e empresários que dão ar de legalidade ao material, as detenções não devem se limitar às formigas operárias, mas também as carretas com toneladas de cobre roubado que continuam a circular pelas rodovias do país.

