Governo quer melhorar confiança entre indústria e produção rural

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Guaíra, 23 de abril de 2017 - 09h08

O Estado produziu em 2016, 1,58 milhão de litros de leite em 2016. O número de vacas em lactação paulista foi de 721.416 mil no último ano

Com o objetivo de aumentar a produtividade da pecuária leiteira no Estado de São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento quer melhorar o relacionamento entre a indústria de laticínios e produtores rurais, estabelecendo formas alternativas para a remuneração da matéria-prima (leite), favorecendo o desenvolvimento sustentável, tanto da produção de leite como de seus derivados.

A experiência deve seguir os moldes do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Paraná (Conseleite-Paraná), uma organização da sociedade civil, que desde 2002 busca soluções conjuntas, pelos produtores rurais e indústrias, para problemas comuns do setor lácteo paranaense.

Para desenvolver esse trabalho em São Paulo, a Secretaria de Agricultura contará com o apoio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade do Estado de São Paulo (Esalq-USP), como explicou o professor João Martines, do Departamento de Economia e Administração da Universidade. “Nós queremos ser parceiros para desenvolver um trabalho com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – quem desenvolve o trabalho junto ao Conseleite –  e com a Secretaria de Agricultura para trazer mais transparência à cadeia do leite”, ponderou.

“Estamos falando de um assunto fundamental, que é a redução de conflitos da cadeia produtiva. Com isso, vamos fazer com que o Estado de São Paulo tenha um diálogo efetivo para criarmos uma organização e uma união maior entre produtor e indústria, a logística e até o atacado e varejo”, complementou o professor da Esalq-USP, Fernando Curi Peres.

Para o secretário-executivo das Câmaras Setoriais da Secretaria, Alberto Amorim, essa aproximação entre os elos da cadeia em torno de uma discussão comum, no caso o preço da matéria-prima, beneficia o agronegócio de um modo geral. “Quando se estabelece um preço justo, acaba criando uma previsibilidade de mercado, permitindo que haja um planejamento, tanto para o produtor, que poderá agregar valor e melhorar a produtividade, quanto para a indústria, que poderá calcular o volume de alimento que será processado”. Afirmou.

O secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, ressaltou a importância desse planejamento para aumentar a produtividade, atendendo uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin: apoiar a agricultura familiar. “Se o produtor rural tem condições de conhecer os seus números, fazer um planejamento e manter um bom padrão econômico e social, toda a sociedade se beneficia, pois gera mais renda, melhora a condição de vida, o município arrecada mais, melhorando a infraestrutura para a sociedade”, disse.

Conseleite

Durante reunião realizada na sede da Secretaria, no último dia 11, os representantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor José Roberto Canziani e Vania Di Addario Guimarães, apresentaram o trabalho para os membros da Comissão Técnica de Bovinocultura.

A criação do Conselho, que hoje dissemina sua experiência nos Estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rondônia, surgiu da necessidade de se estabelecer, pelo entendimento entre produtores rurais e indústrias, um valor de custo da matéria-prima, reduzindo os conflitos que se estabeleceram entre estes e as indústrias após a desregulamentação do setor no Brasil, iniciada na década de 90.

De acordo com Canziani, essa iniciativa tem ajudado a coordenar, de forma mais eficiente, a cadeia produtiva de leite, contribuindo para aumentar a produção no Estado. “É um trabalho que visa melhorar a confiança entre os elos da cadeia produtiva, buscando resolver, de forma proativa, os problemas comuns da cadeia.  Essa organização ajuda a produção e melhora a renda dos produtores rurais”, destacou.

Já Vânia explicou que o Conseleite criou uma metodologia para o cálculo de preços de referência do leite a partir dos preços médios de comercialização dos derivados pelas indústrias. Isso implica que valores variam no mesmo sentido dos preços dos derivados praticados pelas indústrias participantes do Conselho. “Isso garante maior transparência ao mercado lácteo, por meio da divulgação de preços médios de comercialização do leite e seus derivados, calculados a partir de metodologia aprovada por um conselho paritário”, disse.

O responsável pela Assessoria Técnica da Secretaria, José Luiz Fontes, destacou que o exemplo desenvolvido no Paraná é importante para coordenar a cadeia produtiva. “Esse mecanismo que estabelece o preço justo do leite é um primeiro passo para que haja confiança no relacionamento entre produtores e indústria, fomentando a pecuária leiteira.”

O Estado de São Paulo produziu em 2016, 1,58 milhão de litros de leite em 2016. O número de vacas em lactação paulista foi de 721.416 mil no último ano.

Fonte: SAAESP


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