Durante o período da pandemia de Covid-19, Guaíra teve uma variação de 383 novos Microempreendedores Individuais (MEIs), totalizando um contingente de 2.857 negócios nessa categoria, atualmente. O MEI, conhecido como a porta de entrada do empreendedorismo, mostrou sua força como alternativa de geração de renda e emprego em um período de crise.
Os principais setores que puxaram essa alta foram de Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (240); Cabeleireiros (238); e obras de alvenaria (137). Os números foram elaborados pelo Sebrae-SP a partir do Portal do Empreendedor, levando em conta o período de 31 de dezembro de 2019 até abril de 2021.
Além destes, estão na lista dos novos MEIs: Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns (95); Promoção de vendas (86); Outras atividades de tratamento de beleza (77); Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares (68); Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar (61); e Instalação e manutenção elétrica (54).
“O trabalhador autônomo que se torna MEI atinge outro status. Ele abre um leque de possibilidades que antes não tinha, pois passa a ser visto com outros olhos, com mais credibilidade e profissionalismo, além de ficar apto a negociar com empresas de maior porte e órgãos públicos. Para quem tem o sonho de empreender, é o primeiro passo na direção certa; para quem está desempregado, é a oportunidade de se reinserir no mercado com perspectiva de crescimento profissional”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit.
Entre os benefícios de se tornar um microempreendedor individual, Elton John, consultor de empresas e do SEBRAE, destaca: a cobertura previdenciária que pode ir de auxílio-doença, aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio-maternidade e etc, em caso de necessidade; a capacidade e o acesso mais rápido na captação de recursos para o seu negócio.
Marcio Giacobelli, especialista na arte de vendas, aponta a necessidade do empreendedor abandonar a forma antiga de fazer negócio e se atualizar como uma forma de sair da crise. “A saída não está somente na técnica, mas também deixar fluir nossa capacidade de pensar de maneiras diferentes. A limitação nos impede de explorar a área comercial”, diz.
As chamadas ‘dicas de ouro’ apresentadas pelo empresário giram em torno de: despertar atenção, criar conexão e relacionamento, oferecer benefício e não atributos, falar dos problemas e das soluções oferecidas pelo produto. A reserva de horário para dedicar à conquista de novos clientes também é uma dica oferecida pelo especialista àqueles que desejam ter sucesso em vendas. “Não passe o dia só no modo reativo, resolvendo problemas. Dedique tempo para conquistar novos clientes”, aconselha.
O empreendedor do ramo educacional, Janguiê Diniz, que começou a vida profissional como engraxate e chegou a bilionário da lista da Revista Forbes, ressalta as 7 chaves para empreender na vida: decidir verdadeiramente mudar de vida; sonhar com algo valioso e agir para realizar o sonho; educação e conhecimento (inteligência emocional); resiliência; esquecer o passado e aprender com os erros e fracassos; programação mental; e empreendedorismo. Questionado sobre como reagir nos momentos de desânimo, o empresário disse que sempre teve disciplina e que isso o ajudou a se manter focado em seus objetivos.
Diniz enfatizou que o espírito empreendedor começa bem antes de se abrir um negócio, quando se assume as rédeas da própria vida. “As pessoas acham que empreender é só abrir empresa, ter CNPJ, mas é mais do que isso. É criar, fazer acontecer. Empreendedorismo é atitude, é ação, é estilo de vida. Nascemos para ser CEO da nossa história. Parem de terceirizar e sejam a própria obra da vida de vocês”, opina.