Médico do Pronto Socorro é acusado de agredir homem e gestante perde bebê

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Guaíra, 14 de outubro de 2017 - 08h08

Em nota, o advogado do profissional de medicina nega as acusações e declara que o marido da paciente o agrediu com um soco sendo necessário “praticar manobras de imobilização e revide das agressões”

No final da tarde da última quarta-feira (11), por volta das 18h30, o médico plantonista do Pronto Socorro Municipal foi acusado de agredir um homem, após o mesmo tentar, desesperadamente, um atendimento de emergência para a sua esposa grávida, que estava com sangramentos.

Conforme informações de familiares e funcionários do local, a gestante começou a passar mal e foi levada para o PS pelo pai do seu filho. Lá, colocaram-na em uma maca e pediram para que aguardasse.

Porém, ela foi piorando e seu marido foi buscar ajuda com a equipe de enfermagem. Conforme denúncia, foi-lhe dito que ele precisaria esperar a troca de plantão para que sua esposa conseguisse atendimento. Entretanto, a grávida começou a perder sangue e então o rapaz voltou a tentar ajuda com a enfermeira, que lhe disse para resolver com o médico.

Desesperado, o jovem falou com o plantonista que, segundo relatos, saiu batendo portas, bravo e mandando-o esperar. Indignado, o marido foi até a sala de espera do Pronto Socorro e falou para todos os presentes de que o médico estaria recusando o atendimento à sua esposa.

A denúncia conta que, após isso, o profissional de medicina teria empurrado o homem para dentro de uma sala e tentado lhe dar socos, ao mesmo tempo em que gritava por “socorro” e chamava o segurança. Sem entender o que acontecia, o pai do bebê segurou o plantonista, no mesmo momento em que a equipe de segurança chegou e o repreendeu. “Nesta hora, o médico aproveitou para bater no marido”, contam as fontes.

Durante toda a ocorrência, a gestante gritava para que ninguém agredisse seu esposo. Todos foram levados para a delegacia, para a elaboração do Boletim de Ocorrência. A paciente foi examinada por outra médica, que pediu sua internação. Porém, infelizmente, ela perdeu a gestação de pouco mais de um mês.

OUTRO LADO

O médico nega as acusações e afirma que ele foi o agredido. Em contato com o advogado do profissional, ele enviou uma nota esclarecendo que: “os fatos como foram noticiados não correspondem à verdade, tampouco o que vem sendo veiculado em redes sociais. De fato, o profissional, durante o seu plantão, atendeu a gestante que encontrava-se acompanhada por seu marido. Ocorre que, o esposo da gestante, enquanto o profissional preparava-se para fazer o atendimento à paciente, passou a comportar-se de forma contrária aos bons costumes e ofender verbalmente os profissionais que ali estavam, inclusive trancando a porta do local em que todos estavam (médico, gestante e esposo da gestante).”

E ainda afirma: “Assim, com a finalidade de manter a ordem no local, bem como garantir segurança a todos, o profissional apontou que não permaneceria no local com a porta trancada, pois aquele não era comportamento compatível. Ato contínuo, o profissional destrancou a porta e quando já encontrava-se no corredor do Pronto Socorro, foi alvejado com um soco, por parte do esposo da gestante, sendo necessário aquele praticar manobras de imobilização e revide das agressões, fato este presenciado, inclusive, por populares que encontravam-se no local. Salienta-se que, mesmo após a imobilização, o esposo da gestante prosseguiu com as agressões verbais e também arremessando objeto que trazia consigo.”

O advogado ainda declarou que o médico manteve sua postura: “Destaca-se que o profissional exerce seu trabalho dentro do comportamento esperado pela classe médica, cumprindo todos os preceitos condizentes à sua profissão, respeito aos seus pares e também aos seus pacientes, não tendo, inclusive, nenhum comportamento pretérito que o tenha desabonado, em quaisquer dos estabelecimentos de saúde que já tenha atendido e que ainda atende”.

MÉDICO AFASTADO

Em contato com a secretaria de Saúde, o gestor da pasta, Jorge Uatanabe, declarou que as imagens das câmeras de segurança do Pronto Socorro foram entregues à Polícia Civil, que abriu inquérito e agora investiga o caso. “Preservamos todas as imagens do circuito interno do PS e será averiguado todo o ocorrido. O médico tem o vínculo de plantonista com o município e já foi afastado e a secretaria de saúde está dando todo o atendimento necessário à gestante”, informou. “Que sejam tomadas as providências sem injustiças de ambas as partes. Mas preciso dizer que o ocorrido é lamentável”, completou.

O secretário não acredita que a perda do bebê foi o motivada pelo caso. “Ela já chegou com o sangramento, mas a questão não é da perda, mas sim de como o casal deveria ter sido atendido”, disse Uatanabe, que destacou os serviços públicos apesar do que aconteceu. “Tecnicamente o nosso Pronto Socorro é o melhor da região. Somos engajados no melhor atendimento.”

Ao ser questionado sobre possíveis problemas com a mudança de pagamento das horas trabalhadas dos enfermeiros, Jorge negou que haja alguma influência dessa mudança para escala de 12 por 36. “Também estamos analisando a acareação das duas enfermeiras. Independente de turnos, quando há uma emergência, o profissional deve atender. Tenho que acreditar que não há influência dessa mudança no que aconteceu, porque tudo o que está sendo feito é legal, 12/36 foi um pedido da maioria”, expôs.



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