Na última semana, a Usina Guaíra realizou a limpeza da rotatória da antiga Comove, que estava com mato alto, atrapalhando a visão dos motoristas e oferecendo riscos de possíveis acidentes. O trabalho, realizado de forma voluntária pela empresa, na verdade é de responsabilidade do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) de Barretos, que deve fazer a conservação, manutenção e administração de rodovias e estradas na região.
Essa e outras reivindicações foram levantadas por produtores rurais do município e também por motoristas, que cobram do órgão mais atenção para as estradas de Guaíra, já que, segundo eles, próximo a Barretos, a roçagem é feita constantemente nas encostas das estradas e rotatórias.
Em contato com o responsável pela região, o diretor técnico de divisão, o eng. Miguel Pentino Junior alegou que “com as chuvas, o mato cresce muito rapidamente” e que nos dias 13 e 14 “foi executado o serviço de roçada no trecho de Guaíra, segundo informa o engenheiro responsável pelo contrato que atende essa região”, elogiando o trabalho da Usina. “Entendemos que todas as parcerias devem ser bem-vindas em favor de melhorar as condições de segurança aos usuários, sejam elas com as Usinas, com as Prefeituras ou com os proprietários lindeiros.”
Quanto ao município guairense estar preterido pelo DER em relação a Barretos, Miguel diz que as argumentações são infundadas. “Nossa responsabilidade é sobre toda a região, e os poucos recursos disponíveis nos contratos de conservação são distribuídos em todo o trecho, buscando o atendimento das necessidades, dentro das possibilidades”, explicou.
Faixas de domínio do DER
Outro ponto levantado pelos agricultores é referente às faixas de domínio do DER, nas encostas da rodovia. O departamento notificou todos os produtores que estavam plantando nessas áreas e os mesmos não o fizeram mais. Porém, como não tem sido feita a limpeza correta desses locais, os proprietários temem que, com o clima seco, possa ocorrer fogo na beira da estrada e atingir as lavouras. Como exemplo, eles mostraram que, em Franca, os agricultores ainda plantam na faixa e são eles que mantêm essas áreas limpas.
O engenheiro do departamento aponta essa reivindicação como um possível “movimento de retaliação” para justificar as críticas pela falta de manutenção das estradas do município guairense. “Devemos trabalhar de acordo com a legislação, e esta impede o plantio na faixa. Muitos agricultores que nunca plantaram na faixa de domínio, ainda assim contribuem para a manutenção das áreas contíguas às suas propriedades. É interesse e benefício para toda a comunidade. Talvez estejamos enfrentando, além das deficiências naturais do contraste recursos X problemas, um movimento de retaliação, referente a interesses contrariados de algumas pessoas que costumeiramente utilizavam a faixa de domínio como terras particulares, com a intenção de manter o status quo. Todos estão sendo notificados pela utilização inadequada da faixa com plantio, que, além de ser proibida, ainda causa diversos malefícios ao corpo estradal. Esse movimento, apesar de compreensível, não acrescenta nenhum benefício a ninguém. Espero que com o tempo mudem essa postura, caso seja realmente esse o caso, que entendemos como hipótese provável para entender o momento e a questão levantada.”
Quanto às queimadas, o DER informou que tem participado junto à Polícia Ambiental, Usinas, Polícia Rodoviária, Defesa Civil e Bombeiros, de uma somatória de esforços para o combate às queimadas, que na última seca causou diversos acidentes, danos à plantações, ao meio ambiente, etc.
“Estamos trabalhando com o que dispomos para atingir os melhores resultados possíveis, e estamos sempre, juntamente com toda a equipe do DER de Barretos, à disposição de todos os usuários, e nos desdobramos na busca do atendimento de todas as necessidades apresentadas”, finalizou Miguel.