De acordo com a última Pesquisa divulgada pelo SEBRAE: “Como vai estar o Brasil em Outubro?”, feita a partir do cruzamento de dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do cronograma de vacinação do Ministério da Saúde, e de dados de pesquisas em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), observando as tendências e o que está ocorrendo nos países com vacinação mais avançada, até outubro, toda a população adulta brasileira deve estar imunizada contra a COVID-19 com pelo menos uma dose, metade de toda população deve ter recebido as duas doses (ou doses únicas), e a vacinação deve começar a avançar mais em adolescentes. A pesquisa também mostra que para evitar mais hospitalizações e mortes, a receita é vacinar o máximo de pessoas no menor tempo possível, e ainda não relaxar totalmente os protocolos de segurança. Se o Brasil seguir o ritmo de vacinação, no mês de outubro, espera-se que o país esteja 80% próximo do “novo patamar do normal.”
Esse resumo de perspectivas desenha o acompanhamento do cenário apresentado pela Pesquisa, em que os primeiros segmentos a perceberem a retomada da economia são as empresas que atuam principalmente nos setores relativamente menos atingidos pela crise, e que teriam uma reação mais rápida ao contexto de vacinação da população. Outros setores empresariais retornariam mais lentamente ao estágio verificado antes do início da pandemia. Já outros, só alcançariam o estágio de faturamento equivalente ao pré-pandemia, no final de dezembro – em uma visão mais otimista – ou meados de fevereiro de 2022 – em uma visão mais conservadora – mesmo que 100% da população já tenha sido vacinada até dezembro deste ano.
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa mostram que no mês de outubro mais de 48% da população já está imunizada contra a Covid-19, com o esquema vacinal completo. Os que estão parcialmente imunizados, ou seja, com apenas a primeira dose de vacinas, corresponde a mais de 71% da população.
Diante dessa avaliação, o especialista em gestão empresarial e idealizador do método do EAG (Empresa Autogerenciável), Marcelo Germano, avalia que em termos de mentalidade, comportamento e execução, o ideal é que o empresário se prepare em torno de um Planejamento, que identifique ações a serem realizadas, ao observar os ambientes internos e externos, que refletem diretamente no negócio. “Neste momento, mais do que nunca, os empresários precisam entender que é extremamente necessário se planejar, preparar, identificar as competências exigidas para o novo momento e trabalhar com essa perspectiva. Estamos diante de um cenário que precisamos não apenas planejar, mas replanejar o crescimento, analisando os fatores e ambientes que impactam diretamente nele. Eu me lembro que quando começou a pandemia, falávamos do ‘novo normal’, mas ele não vai mais existir, teremos, na minha visão, um ‘novo patamar de normal’. Quem age como vítima tende a pensar que em alguns meses as coisas vão voltar ao normal, igualmente como era antes da pandemia. Mas o novo cenário exige ações diferentes, tecnologias diferentes, recapacitação. Para não agir como vítima e ficar à mercê do que pode acontecer, o empresário deve focar no planejamento e mudanças de comportamento, e não agir como passageiro esperando as coisas acontecerem. Mas sim, agir como dono, que entende que existe um problema, que as coisas estão mudando e perceber que o modo que se fazia no passado não funciona mais, e que não existe garantia de manter resultado futuro fazendo exatamente como se fazia no passado. Precisamos de readaptação.”
Em termos corporativos, o especialista em gestão, Marcelo Germano, que também é empresário, entende que as pessoas capacitadas daqui a cinco anos vão ter que ter habilidades diferentes das que possuem hoje. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, sobre “O Futuro dos Empregos”, conforme aumenta a adoção de tecnologia, 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação até 2025. Pensamento crítico e a solução de problemas estão no topo da lista de habilidades que os empregadores acreditam que crescerão em proeminência nos próximos cinco anos. Este ano, estão surgindo novas habilidades de autogestão, como aprendizagem ativa, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade:
“São diversas habilidades aprendidas, que vão exigir dos donos de empresas proporcionar novos modelos e espaços de ensino e crescimento profissional dentro das próprias organizações. Os colaboradores vão precisar se recapacitar e o empreendedor terá um papel primordial na formação deles. Os empresários precisam incluir no Planejamento quais as estratégias de aprendizado vão adotar para que a equipe esteja preparada para o que está por vir.”
Em relação à saúde mental dos colaboradores, Marcelo Germanos alerta que muitos dos profissionais que estão trabalhando em casa, estão sob forte pressão e stress, e que estão adoecendo por causa das condições vivenciadas, por isso é preciso prestar apoio e adotar medidas de acordo com cada cenário e perfil de profissional. “Mais do que nunca a modelo de trabalho precisa ser levado em consideração. Precisamos aproveitar o melhor dos dois mundos: seja a distância ou presencialmente. No modelo remoto, podemos gerar vantagens de diminuição de custos com aluguéis, facilidade de contratação de um colaborador em outro Estado ou até mesmo fora do país. Mas é fundamental que nessas situações a empresa trabalhe cada vez mais a cultura, e é aí que as equipes precisam sair do mando e controle, do famoso ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, para uma cultura de responsabilização, em que elas são responsáveis por entregar resultados. Conseguimos ter o melhor dos dois mundos, dessa maneira, tanto no presencial como no remoto. Porque trabalhar com modelos mistos vai trazer novos desafios. E entendo que a cultura se torna cada vez mais importante e desafiadora. Isso precisa estar no Planejamento das empresas.”
O novo patamar do normal no Planejamento Financeiro
Para ter um bom ciclo financeiro e não gerar problemas de fluxo de caixa é necessário planejar, negociar e ir em busca de melhores condições de pagamentos. O idealizador do método do EAG (Empresa Autogerenciável), explica que os investimentos vão fazer parte das decisões empresariais para a retomada de crescimento. “No gráfico da Pesquisa do Sebrae, quando você olha para os setores da economia, percebe que atualmente todos estão na tendência de crescimento. E para aproveitar as oportunidades de crescimento, o dono da empresa precisa cuidar detalhadamente do caixa e fazer Planejamento de investimentos para atender a essa demanda que vai surgir.”