Muitos acreditam, sejam empresários, consultores até, ou mesmo aqueles que não querem empreender, que ser empregado é confortável. Não é.
Que empresários correm riscos e fazem investimentos é fato e é sabido. Porém, ser empregado também.
Para assumir um posto de trabalho, a pessoa precisa estar preparada minimamente. Isso ocorre pelas experiências, estudos, capacitações e formação acadêmica anteriores à entrada ao quadro funcional da organização.
Ao assinar a carteira, ela compromete parte de sua vida (horário de trabalho, transporte e horários de almoço, em torno de 60% do tempo em que passa acordado) para se dedicar àquela organização. Durante o período em que está na empresa, tem sua vida, suas ações, sob as regras dela. Normalmente não escolhe a hora em que vai almoçar, nem a que entra, nem a que sai.
Ainda, quando não tem um líder de fato, a pessoa passa o tempo de trabalho sem voz ativa, cumprindo ordens. Muitas delas, inclusive, contra o que sabe e acredita. Nem sempre a empresa tem um sistema de avaliação de desempenho, embora o funcionário seja avaliado subjetivamente o tempo todo. Ser avaliado sem saber os critérios é como sair ao mar sem bússola e de olhos vedados.
Outra questão é o de estar dia a dia com o emprego em risco. Muitas pessoas são demitidas por mudanças no ambiente (externo e/ou interno). E isso sem que esteja diretamente ligado ao seu desempenho. Assim, só se considera empregado aquele que termina o dia com a condição de voltar no dia seguinte (quando o risco de ser demitido continua). Além de tudo, via de regra, o aumento do seu desempenho não aumenta a sua remuneração.
Dessa maneira, tanto empregadores quanto empregados, precisam entender que não há zona de conforto. Os empreendedores ficam à mercê das regras do mercado. É um grande risco. Os empregados, por poderem perder o emprego pelo mesmo motivo, também. Além disso, ainda têm sua vida dependente das decisões de outrem, quando nem sempre fazer o certo é garantia de emprego. Portanto, também é uma zona de risco.
Assim, seja empregado ou empregador, é preciso parar de se enxergar como vítima. É preciso aceitar a sua opção de vida (e mudar, se puder e quiser) e entender que as relações são interdependentes, ou seja, um depende do outro e vice-versa. Analisar a relação apenas por um prisma só é, parafraseando Cacá Moraes e Abdullah (em Fico assim sem você), como amor sem beijinho e Bochecha sem Claudinho.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Me. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor e diretor da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior