“Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato.” – Lewis Carrol.
Tão perdida quanto Alice, se encontra a democracia brasileira, a ausência de quadros políticos de qualidade, e a estagnação, política e econômica, não transformam em absurda a comparação, como superar a crise, e em segundo momento uma corrupção que se apresenta de modo endêmico? Qual modelo político seguir? Liberais, conservadores, comunistas, ou social democracia?
Talvez seja esse o grande problema que assola a democracia brasileira, que ainda tão jovem, porém em idade de consolidação, 30 anos após seu reestabelecimento ainda padece nas mãos de tutores cegos, corruptos e alienados em suas próprias ideologias, sufocando aquilo que existe de melhor no Brasil, suas características plurais e culturais, que exigem dos políticos outro entendimento, que ultrapasse os modelos arcaicos e formalistas, é necessário que se rasguem as cartilhas e se comece a fazer política para a sociedade, que se distancia cada vez mais dos interesses partidários, como ser político no Brasil se não entende o trivial, política visa o bem comum.
Acostumados a reproduzir modelos partidários, de gestão e de organização os partidos e governos, no poder, definham a si mesmos e ao povo, a quase cem anos da semana de arte moderna, ainda não se entende na política que o movimento antropofágico, é uma forma de olhar pra fora, porém, pra se pensar pra dentro, a política dos modelos, não cabe mais no Brasil, em São Paulo, em Guaíra. Nesse ponto escrevo aos guairenses, o que queremos pra 2016? Formas, modelos, o velho mascarado?
É necessário promover uma política que se oriente por exemplos, que apreenda as experiências do passado, porém que tenha condições de supera-las, velhos habitus, velhos vícios e se necessário que aposente velhos quadros, uma política orientada por valores, éticos por pensar o público em primeiro plano, mas, que tenha a firmeza moral pra tomar suas decisões em momentos difíceis de modo autônomo.
O PT apesar de todos os avanços promovidos na área da educação e social, se afogou, nos limites do seu próprio modelo, “consumo, propaganda, consumo”, chegando nos limites de seu populismo, negociando sua existência com piratas e corsários da república, hoje anda na prancha. De modo bem semelhante o PSDB, apesar de apresentar um modelo diferente, se afastou tanto das demandas populares que não se sustenta nas urnas, e já vem perdendo sua hegemonia até nos Estados mais alinhados com seu modelo. Seguir modelos é ir rumo ao esgotamento da política, seja moral, ético ou social, é necessário que haja uma oxigenação do cenário político a fim de superar a crise, o desemprego e os limites das mazelas sociais, como a violência e a corrupção, isso não virá de partidos camaleões, às vezes, azuis às vezes vermelhos, mas depende antes de novos quadros de políticos que dialoguem com a sociedade civil e que tenham capacidade analítica e sintética de recuperar bons exemplos, sem se entregar a modelos fechados e arcaicos, é preciso saber aonde se quer chegar, onde fincar colunas e onde remover as paredes que sustentam a estrutura podre e corrupta da política nacional, é preciso MUDANÇA! SUPERAÇÃO da dualidade pastosa dos partidos políticos e renovação dos quadros. É tempo de ter coragem, serenidade e pé no chão, a sociedade pede a mudança, não quer heróis, nem aventureiros, quer políticos que possa confiar. Quer exemplos e não modelos!
Aos meus alunos, por não me deixarem parar de pensar que é possível!