Sérgio afirma que repasse à Betinho Enfermeiro foi “ajuda humanitária”

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Guaíra, 11 de fevereiro de 2016 - 10h32

O prefeito disse que era Antonio Roberto Emídio que enviava e-mails criticando a imprensa. Sérgio de Mello confirmou que enviava seu motorista de gabinete para falar com Betinho

 

Na tarde de ontem (10), o prefeito Sérgio de Mello se reuniu com os meios de comunicação Jornal O Guaíra e Rádio Cultura, para dar alguns esclarecimentos sobre as denúncias de Antonio Roberto Emídio, feitas antes do feriado de carnaval.

Betinho havia dito que Sérgio fazia mensalinho com ele e outras pessoas, para que eles elogiassem o atual governo e criticassem as matérias veiculadas por esta folha e a rádio Cultura. O presidente municipal do PEN também disse que havia como provar, através de e-mails, de que Sérgio o pagava mensalmente o valor de R$ 1 mil e de que havia sido “laranja” do atual Chefe do Executivo nas duas representações que entrou no Ministério Público, contra estes dois veículos de comunicação, incentivado por Sérgio.

Para esclarecer o assunto, o prefeito concedeu entrevista e respondeu as questões levantadas pelos dois jornais.

 

Como você analisa as declarações feitas pelo presidente municipal do PEN, Antonio Roberto Emídio, de que haveria um suposto esquema de mensalinho (financiar ações de mídias positivos para sua gestão) e mensalão (matérias aprovadas na Câmara Municipal) na prefeitura?

Recebi essas declarações com tristeza e surpresa por Betinho, porque considero ele como amigo, o respeito, não sou ingrato, sou muito grato ao Betinho e ao partido dele, como todos os outros partidos que integraram a frente que foi eleita nas eleições de 2012.

O Betinho, com certeza em algum momento criou uma expectativa de ter uma participação mais ativa, de contribuir, mas nunca prometi emprego. Se em algum momento ele criou essa expectativa e eu frustrei, eu lamento, mas sinceramente nunca prometi nada.

Se essas declarações recentes decorrem de uma frustação por conta disso, por não ter participação maior no governo ou um cargo, eu lamento e peço desculpas, porque eu também tenho um histórico de e-mails desde fevereiro de 2013.

 

Você pretende disponibilizar estes e-mails?

Se for preciso sim. Acho que não tem necessidade. Tenho todos esses históricos de e-mails guardados, que são mais de centena de e-mails, onde desde o primeiro momento ele se colocava à disposição.

Eu cheguei a me desculpar por não ter esse tempo para conversar com ele, que eu pretendia, antes de sair para cirurgia, conversar com ele para resolver umas questões que ele colocava pra gente de ordem administrativa, que não tinha tempo de dar retorno, que a gente ia melhorar essa relação.

 

Ele alega que essas questões de “pendências” citadas no e-mail se referiam a um suposto mensalinho que ele receberia e de que seria o funcionário Alexsandro que intermediava.

Eu lamento. Essa ajuda financeira, e houve em alguns momentos sim ao Betinho [repasse de dinheiro], como ajuda humanitária, era de realmente por alguém que quer contribuir com o governo e você não pode dar um cargo.

Político no dia a dia é procurado às vezes por pessoas que tem necessidades. E às vezes, por questão de humanidade, de caridade, eu atendo e outros políticos também atendem.

 

Mas por que seria através do funcionário Alexsandro [motorista de gabinete do prefeito Sérgio de Mello]?

Eu não tenho tempo de sair do gabinete, ou de interromper uma viagem para procurar um amigo. De repente, às vezes eu recorria a alguém da minha assessoria, à noite ou de final de semana, em algum momento de tempo livre, para, de repente fazer, alguma coisa, algum contato, terminar alguma conversa que eu tivesse iniciado por telefone ou por e-mail.

 

Por que você fala sobre resolver essa “pendência” e de que seria o Alexsandro que procuraria Betinho?

A pendência, nesse histórico de e-mail, eu tenho dez pendências. O Betinho é uma pessoa interessada com o êxito da administração. Ele sempre propunha que iria viajar e queria ofícios para ajudar a cidade. Ele queria realmente ser proativo. Ficou, na correria da administração, muitas pendências, que podem ser de várias naturezas.

 

Qual é a função de Alexsandro para resolver “pendências” suas?

Desde o ano passado ele é motorista de gabinete, mas sempre foi uma pessoa que ajuda a administração como um todo.

Que benefício ou prejuízo eu teria a ser obrigado a comprar o Betinho, com apoio financeiro? Não é necessidade disso. Se houve uma ajuda financeira, foi uma ajuda humanitária, como para outros amigos que estão no grupo e não ocupam cargo no governo.

Agora, o que precisa ficar claro, e eu friso isso, não tem dinheiro público nisso, não tem nada ilegal. Se houve uma ajuda financeira, foi com recurso privado, do meu salário. Não teve nenhum faturamento e ele mesmo fala isso. Não tenho nenhum receio de que tenha problema com o Ministério Público porque não tem dinheiro público envolvido nessa questão.

 

Betinho disse que você teria orquestrado uma ação que ele tentou entrar contra a Rádio Cultura e o Jornal O Guaíra, inclusive arcando com os custos advocatícios. Como fica essa situação?

Com relação a algum esforço meu de fechar esses dois veículos, isso não procede. Eu tenho e-mails do Betinho, onde ele sim demonstra uma profunda indignação pela forma de atuar da Rádio Cultura e jornal O Guaíra com relação a administração e cobrando de mim providencias duras, de que se eu não tivesse coragem ele teria coragem. Nessa representação que o Betinho promoveu, mas a mina contribuição, uma vez que o MP não acolheu, eu conversei com ele e o convenci a não recorrer da decisão do promotor. A minha participação foi essa. Ele contou uma história diferente da verdadeira.

 

Será que você não o fez acreditar de que, dando essa ajuda humanitária, o estaria incentivando a continuar com isso?

O Betinho quer dar “ar de escândalo”, mas ele sabe que quando ele precisou de alguma ajuda financeira a gente fez isso por questão de amizade com recurso próprio. Fizemos na boa fé e agora ele está querendo usar isso para me dar algum prejuízo político e eleitoral. Mas o Betinho pode ficar tranquilo que, da minha parte, nenhum momento alguém vai persegui-lo. Continuo o considerando meu amigo, cidadão de bem.



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