Os números indicam um baixo índice de estudantes com habilidades mínimas e provoca uma reflexão sobre a qualidade da formação dos jovens na rede pública
Entre os alunos matriculados no último ano do ensino médio em escolas estaduais brasileiras, somente 10% atingem níveis satisfatórios ao concluir a etapa. Trata-se de uma das principais conclusões de um estudo elaborado pelo Instituto Alfa e Beto, organização não governamental da área educacional, com sede em Brasília.
Os números, segundo a pesquisa, indicam um baixo índice de estudantes com habilidades mínimas e provoca uma reflexão sobre a qualidade da formação dos jovens na rede pública. Para elaborar o documento, foram analisados dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014, com base no relatório “Enem por Escola”, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Os resultados dos alunos foram divididos em 5 níveis de desempenho – o 1 é o mais baixo e o 5, o mais elevado. Considerando o nível 3 como o “mínimo adequado para concluir o ensino médio” (pelo menos 600 pontos na redação e 550 nas demais provas), aproximadamente 80% dos alunos avaliados das redes estaduais não estariam aptos a terminar o ensino médio, pois obtiveram nota inferior. Ao contar apenas os estudantes matriculados no terceiro ano dos colégios estaduais, essa margem aumenta para 90%.
A pesquisa ainda aponta que não existe correlação significativa entre os gastos de cada Estado por aluno e a performance no Enem. O Amapá, por exemplo, é a quarta unidade de federação que mais investe (R$ 6.375,53 por aluno) e amarga a 27ª posição no ranking de desempenho das escolas estaduais nas provas objetivas. Já Santa Catarina, um dos Estados que menos gastam (R$ 4.669,13), está em 6º lugar. (UOL)