Tributo a Francisco Gomes de Souza.

Cidade
Guaíra, 27 de dezembro de 2021 - 17h13

Se perguntarmos aos cidadãos guairenses quem foi “Francisco Gomes de Souza”, o patrono da mais antiga escola de nossa cidade, alguns pensarão que foi um professor, um diretor de escola ou até mesmo algum político de relevante importância!

Não! Francisco Gomes de Souza não foi nada disso, e hoje,  quando reverenciamos a data da sua morte, ocorrida em 22 de Dezembro de 1944, no Morro de Sobrassal, na Itália, onde tombou como soldado brasileiro, defendendo os aliados na Segunda Grande Guerra, o patrono da nossa Escola, somente voltará a ser lembrado por conta do empenho de um guairense – Dr. DELCIDES FALEIROS DE OLIVEIRA – médico e professor Universitário, neto do Sr, Messias Candido Faleiros (que empresta o seu nome so Paço municipal),  hoje, nosso amigo  médico está  radicado em Uberlândia (MG), que, se valendo de uma amizade datada de longos tempos com a família que rege este jornal,  nos “instigou” a “desenterrar” a história desse conterrâneo – pouco lembrado – e expor a sua importância como o único “Pracinha” de nossa cidade que ofereceu sua vida contra as forças opressoras do bárbaro Adolf Hitler.

O médico, Dr. Delcides nos enviou toda a documentação oficial que exibimos nas páginas desse especial, enriquecendo em informações a vida do pracinha  Francisco Gomes,  juntamente com os dados da biografia retirada do livro “ Longe do mar”, nas páginas 155 e 156, do saudoso escritor guairense, que dedicou parte de sua vida a compilar a história do nosso município, o SR. GERALDO NAPOLITANO, nos oferecendo uma pesquisa séria e   fidedigna, nos seus livros,  onde sempre recorremos quando se precisa de elementos das narrativas que envolvem contar sobre Guaíra.

Nesta oportunidade também agradecemos ao vereador RENAN LELIS LOPES, que abraçou, com carinho,  o embrião do projeto de resgate ao herói guairense para que o Expedicionário Francisco Gomes de Souza seja mais lembrado pelas recentes gerações e se lembrem também   que – atrás de todos os  nomes dos próprios públicos de nossa cidade – há sempre uma história de vida carregada de feitos, de importância,  vida esta que, com o passar do tempo,  vai se amarelando na memória dos cidadãos de nossa cidade.

Uma cidade sem memória é uma cidade sem passado, ou uma cidade que não reverencia seu passado é uma cidade sem memória, assim como o Sr. Geraldo Napolitano deixou para as novas gerações um  resgate – na forma eterna de seus livros – quem sabe se o artigo exibido hoje aqui, sobre o expedicionário guairense,  não traga doces recordações sobre as pessoas que passaram por Guaíra e deixaram um pouco de si nos  nomes das Ruas, Avenidas, Escolas  e demais  locais institucionais! 

Tributo ao expedicionário Francisco Gomes de Souza.

“Francisco Gomes de Souza” tem seu nome eternizado na mais antiga escola de Guaíra. Hoje “E.M.E.F.” Francisco Gomes de Souza.

Mas, nem sempre foi assim: em 1920 ou 1921, foi criada a primeira escola pública do Distrito de Guaíra, denominada “Escolas Reunidas”, que mais tarde tornou-se “Grupo Escolar de Guaíra”, com esse nome funcionou até 1945, quando passou a chamar-se “Francisco Gomes de Souza”.

Quem foi Francisco Gomes de Souza?

Os informes que passamos a relatar são frutos de uma pesquisa feita pelo escritor guairense, saudoso  Sr. Geraldo Napolitano, retirado do seu livro “Longe do mar”, nas páginas 155 e 156 que descreve  o seguinte: 

“Guaíra forneceu um de seus filhos para integrar a Força Expedicionária Brasileira – a FEB – foi o jovem Francisco Gomes de Souza.”

“Francisco era filho de Alvino Gomes de Souza e de dona Francisca Maria de Jesus, nasceu em 1920, na fazenda “Espírito Santo”, secção “Cocho do Feijão”, no município de Guaíra.”.

“Aprendeu as primeiras letras estudando duas horas, à noite, com Maria Rosa Lopes do Nascimento, que na época também morava na mesma fazenda. ”Mais tarde Francisco também recebeu aulas de Dona Tita Nobre que morava na fazenda Mandu, vizinha da fazenda Cocho do Feijão”.

“Sempre trabalhou na lavoura até ser convocado para servir o Exército Brasileiro, esteve em Taubaté e depois fez aperfeiçoamento já como preparação para o embarque à Itália, em Caçapava.”

“Foi integrante do Regimento de Infantaria e embarcou para a Itália juntamente com toda a Força Expedicionária Brasileira, dia 15 de setembro de 1944.” “Nos campos de batalha da Itália, lutou contra as forças opressoras e totalitárias do regime de Adolf Hitler.”.

“No entanto foi atingido por projétil inimigo e tombou sem vida no dia 22 de Dezembro de 1944.”

“Tantas cidades brasileiras enviaram mais de um de seus filhos para Itália, Guaíra enviou apenas um e não o recebeu de volta!”

“A família de Francisco Gomes de Souza recebeu as condecorações de “Cruz e Sangue”, pelo seu heroísmo  no combate em “Monte Castelo”, onde tombou.”.

“Suas irmãs receberam as referidas condecorações.”

“Logo depois de terminada a guerra, em 1945, seu pai, Alvino Gomes de Souza tentou reivindicar uma aposentadoria alegando que seu filho morto na guerra era arrimo de família.”“ Não foi atendido!”

“Desgostoso, embarcou na “Estação da Luz” com destino a Barretos (que era o ponto final da linha de ferro), mas acabou por desembarcar em Bebedouro, onde perambulou pela cidade, até que de posse de um guaraná, e um pouco de formicida, deu fim na sua própria vida, em Bebedouro,  onde foi sepultado. Sua família foi localizada em Guaíra apenas dois dias depois.”.

Hoje, nosso único herói se encontra descansando, conforme documento oficial, no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro para onde seus restos mortais foram transladados da  Itália para o Brasil.


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