A Cia de Folia de Reis Maria Passa à Frente esteve presente lá, trazendo com ela não apenas música e tradição, mas também a realização de um sonho antigo da dona Gléria. Há muitos anos, ela acalentava o desejo de receber uma Folia de Reis em sua casa, movida por sua devoção e pela magia que envolve esta manifestação tão única de nossa cultura.

No dia especial, estavam lá: os filhos Wilker e Weber Gléria, amigos da família, e, claro, ela que estava radiante como nunca. Mas o que realmente deu início a essa realização foi um detalhe curioso e cheio de conexões bonitas.  Dona Gléria, faz aulas de viola no museu, graças a uma parceria entre o Sindicato Rural e o SENAR, e seu professor, o talentoso Vinícius Ananias, é justamente integrante desta companhia de Folia de Reis.

Com a gentileza e o compromisso que só quem vive a cultura popular sabe ter, Vinícius confirmou a disponibilidade do grupo, e assim, o sonho ganhou vida. “O que vimos e sentimos naquela tarde foi indescritível. As vozes entoadas, as fitas coloridas, os instrumentos vibrando… tudo era uma ponte entre o sagrado e o terreno, um presente para a alma”. Disse a dona da casa. 

E, falando em presentes, um detalhe chamou atenção de todos: a quantidade de jovens que fazem parte da companhia. Há algo profundamente esperançoso em ver a juventude se dedicando a manter viva uma tradição que remonta aos nossos antepassados. Aqueles meninos e meninas, com brilho nos olhos e passos firmes, nos deram a certeza de que a Folia de Reis segue pulsando no coração de quem acredita no poder da fé, da música e da união.

Dona Gléria, ali no meio de tudo, era pura alegria. Não sei se o som da viola, as vozes dos foliões ou a presença dos amigos foi o que mais emocionou, mas, no fundo, acho que foi um pouco de tudo.

Foi uma tarde para guardar na memória e no coração. E, como ela mesma disse ao final, ainda com um sorriso no rosto: “Quando o sonho é compartilhado, ele fica ainda mais bonito.”