Zoológico de Guaíra recebe sua primeira onça-pintada e entra para programa nacional de conservação

Cidade
Guaíra, 6 de julho de 2025 - 12h32

O Zoológico Municipal “Joaquim Garcia Franco”, em Guaíra, deu um salto histórico nesta semana ao receber, pela primeira vez, uma onça-pintada. O felino, chamado Caeté, é um macho de 1 ano e meio, com 65 kg, vindo diretamente do Eco Parque Carajás, no Pará. A chegada do animal marca a inclusão oficial do zoo guairense no Plano Nacional de Conservação das Onças-Pintadas, programa coordenado por órgãos ambientais federais e especialistas em preservação da fauna brasileira.

Caeté não é apenas mais um animal em exposição. Trata-se de um exemplar resgatado ainda filhote, cuja mãe foi vítima de caça ilegal no Pará. Ele teve parte da cauda amputada e, por conta disso, foi considerado inapto para reintrodução na natureza. Agora, sob os cuidados da equipe técnica do zoológico de Guaíra, assume um novo papel: o de agente ativo na preservação genética da espécie, considerada ameaçada.

A vinda do animal exigiu um trabalho logístico complexo. A operação incluiu um voo solidário da LATAM Cargo, escolta da Polícia Ambiental e transporte terrestre em recinto especialmente adaptado. Antes disso, veterinários realizaram um processo de dessensibilização, acostumando o animal aos sons e movimentações da viagem.

Para recebê-lo, o zoológico passou por uma ampla reestruturação. O espaço foi reformado com muros reforçados, monitoramento 24 horas, maternidade e plataformas de descanso personalizadas, tudo sob aprovação da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Semil) e do CENAP (Centro Nacional de Pesquisa de Mamíferos Carnívoros). A estrutura agora é considerada uma das mais adequadas do país para acolhimento e reprodução de grandes felinos.

“Não se trata apenas de uma nova atração, mas de um compromisso com a conservação. Caeté é parte de um plano muito maior que envolve ciência, responsabilidade e o futuro das próximas gerações”, destacou a bióloga Estefane Leoncine Siqueira, chefe municipal de Meio Ambiente. Ela e a também bióloga Ana Paula Chaves Camos reforçam que todos os animais abrigados no zoológico são incapazes de retornar à natureza, mas exercem papel fundamental na educação ambiental e preservação de espécies.

Nos próximos meses, Caeté poderá ser pareado com uma fêmea da mesma origem, também resgatada no Pará. A reprodução em cativeiro visa ampliar a diversidade genética da espécie e colaborar com iniciativas nacionais de proteção da onça-pintada, o maior felino das Américas.

Com essa conquista, Guaíra se posiciona de forma inédita no cenário da conservação ambiental no Brasil. E Caeté, mais do que um animal, passa a representar a força da biodiversidade e o compromisso de uma cidade inteira com a preservação do que temos de mais valioso: a vida.

 


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