Briga no Pronto Socorro leva vereadores a críticas sobre a saúde pública

Geral
Guaíra, 26 de outubro de 2017 - 09h50

Os parlamentares destacaram a necessidade de segurança 24h no pronto atendimento e a insatisfação dos funcionários de trabalharem nos setores da prefeitura

O intenso desentendimento entre paciente e médico no Pronto Socorro de Guaíra, ocorrido há duas semanas, levou os vereadores a comentarem e criticarem a situação da saúde pública do município, durante a sessão ordinária desta terça-feira (24).

Entre as situações, os parlamentares destacaram a falta de segurança e estrutura no pronto atendimento da cidade, além de certa insatisfação por parte dos servidores públicos.

“O descontentamento da grande maioria do funcionário público hoje é imenso. Estamos perdendo aquele funcionário que não é bom e os bons também. Eu vejo na área da saúde, pessoas que trabalharam uma vida inteira no PS e hoje não querem mais trabalhar tamanho descontentamento, e assim em várias áreas que a gente vê por aí”, frisou Dr. Cecílio José Prates.

Danilo Barbosa também falou sobre os problemas do Pronto Socorro. “O administrador tem que olhar mais para o ser humano que é a base da comunidade, devemos oferecer melhor atendimento em áreas como educação, cultura, saúde e área social. Estou realizando visitas, como o PS, que fui após o ocorrido. Ouvi os funcionários para me identificar com a situação. Deveria estar mais estruturado. Passou da hora de ter uma segurança no local”, anunciou.

Em referência à briga de duas semanas atrás, Dr. Cecílio ressaltou: “quando começa a ter problema de briga é porque a coisa não está boa. O volume atendido é maior do que aquele que nós damos conta de atender. Já disse a esse secretário atual de saúde, o de antes e anterior, sobre o que eu penso que tem que ser feito com a saúde municipal. Temos que resolver o nosso problema, se a coisa está chegando a esse ponto de agressão física é porque não vai bem.”

O vereador, e também médico, continuou: “na verdade, temos hoje 11 equipes de PSF funcionando e o movimento do nosso pronto atendimento não diminui, só aumenta! Será que estamos com tanta gente doente? Teremos a audiência pública da saúde, vocês vão ver que está tendo de 30 a 40 mil consultas mês para uma população de 50 mil habitantes! Será que todo mundo passa por consulta no mês? Ou as pessoas estão pulando de médico em médico até achar uma solução? A coisa não está certa”, disse.

“Sou contra agressão física, e olha que dei plantão nesse PS em uma época em que a agressão era o dia a dia. Hoje não tem mais isso. Tivemos a GCM de segurança do local 24h por dia e era muito boa. Então é preciso rever, fica difícil dar opinião para administrar porque não somos administradores, somos legisladores, mas a coisa não está bem senhor prefeito, precisa mudar”, completou Prates.

De acordo com o parlamentar, o governo poderia investir o dinheiro que planeja gastar com uma agência de publicidade, em setores que necessitam de verba pública para melhorar seu atendimento. “Poderia passar muito bem sem isso, é uma questão de prioridade. Sou contra gastar qualquer centavo com isso e com outras coisas que vivem rodando por aí, espero que dê tempo de voltar atrás. Jamais vou aceitar gastar dinheiro com comunicação. Nós precisamos comprar remédio, leite, tapar buraco, e não temos dinheiro pra nada.”

O vereador Rafael Talarico também relembrou os tensos momentos entre médico e paciente no Pronto Socorro e lamentou a situação, cobrando mais ação da prefeitura com a segurança do local. “Sou solidário com a família que infelizmente perdeu a criança, mas o PS, em matéria de segurança, é precário. Vou continuar a bater nessa tecla sempre, já conversei com o prefeito, a Guarda Municipal a gente sabe que tem problema de contingente, é difícil pra eles, mas se não tem condições da GCM ficar lá, então que faça a adesão da indicação do vereador Moretti, que se contrate uma firma particular de segurança para o PS. Porque, o médico tem que atender cidadão machucado e tem que cuidar das costas para não ser agredido.”

O edil frisou as reivindicações que tem recebido por parte da população e dos servidores. “Recebi várias reclamações de enfermeiras; uma dela foi aplicar injeção em um embriagado e ele levou as mãos aos seios da enfermeira. Tem que colocar segurança lá sim, está difícil para os profissionais trabalharem lá. Vou reivindicar, tem que ter segurança 24 h por dia. Toda semana recebo reclamações de funcionários e pacientes e a gente está vendo aí. Se não tivesse segurança lá poderia ter acontecido algo pior”, finalizou.



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