Consumo consciente deve ser incentivado desde a infância

Especialistas indicam que família e escola trabalhem o tema com as crianças

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Guaíra, 29 de agosto de 2019 - 08h30


Uma pesquisa publicada no fim de 2018 pelo Instituto Akatu aponta que 76% dos 1.090 entrevistados – homens e mulheres com mais de 16 anos não praticam o consumo consciente. Além das vantagens para a sociedade, a prática também gera economia para o bolso, especialmente ao evitar comprar desenfreadamente e reduzir o desperdício de água, luz e alimentos.

O doutor em Educação, pós-doutor no departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Marcos Sorrentino afirma que o consumo consciente passa pelo encantamento, desde criança, com o não consumo. ”Brincar sozinho e em jogos colaborativos, observar a natureza, da textura do tronco das árvores e formas das suas folhas, observar as formigas e outros animais, tudo isso tira o valor do consumo por si só e mostra outras possibilidades de ação no dia a dia. Essa consciência passa pelo diálogo com os pais, com a natureza e consigo próprio, por meio do silêncio, da meditação, do contato com a natureza. Atividades que distanciam do consumir, consumir e consumir” expõe. Esse tipo de rotina, além de dar outro peso ao consumismo, leva as crianças a valorizarem a natureza e o que ela oferece.

Altemir Farinhas, especialista em finanças pessoais e consultor da Conquista Solução Educacional, reforça que a criança segue os exemplos dos pais. ”Se um pai está gastando exageradamente, a criança vai pedir coisas e insistir até conseguir porque ela entende que se seus pais podem gastar à vontade, elas também podem comprar o que desejam” explica. Segundo ele, a conversa sobre consumo deve ser clara: Quanto os pais ganham e quanto gastam, quais despesas a família tem, qual o valor do que é consumido em casa, quais etapas cada alimento sofre para que chegue à mesa etc…

Na escola, o tema pode ser abordado em praticamente qualquer componente curricular. Segundo Farinhas, seja em Matemática, Ciências ou Geografia, por exemplo, é sempre possível transmitir para o aluno a necessidade de refletir sobre aquilo que se consome.

O Instituto Akatu indica 12 princípios para o consumo consciente:

  • Planeje suas compras – Não seja impulsivo nas compras. A impulsividade é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e com isso, compre menos e melhor.
  • Avalie os impactos de seu consumo – Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade em suas escolhas de consumo.
  • Consuma apenas o necessário – Reflita sobre suas reais necessidades e procure viver com menos.
  • Reutilize produtos e embalagens – Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar.
  • Separe seu lixo – Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos.
  • Use crédito conscientemente – Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
  • Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas – Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade do produto. Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.
  • Não compre produtos piratas ou contrabandeados – Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.
  • Contribua para a melhoria de produtos e serviços – Adote uma postura ativa. Envie às empresas sugestões e críticas construtivas sobre seus produtos e serviços.
  • Divulgue o consumo consciente – Sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.
  • Cobre dos políticos – Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática de consumo consciente.
  • Reflita sobre seus valores – Avalie constantemente os princípios que guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo.


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